A safra de grãos
2020/21 deve alcançar a marca de 264,8 milhões de toneladas, conforme
estimativa do 4º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quarta-feira
(13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O montante equivale a um
crescimento de 7,9 milhões de toneladas (3,1%) em comparação com a safra
2019/20.
Para o
diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sílvio Farnese, as projeções mostram que
o agro continuará contribuindo para a recuperação econômica do país. “Estamos
no momento de redefinição e restruturação dos planos para próxima safra, que
está sendo colhida agora. Já estamos trabalhando para safra 2021/22 com a
colaboração de todos os ministérios, que entendem perfeitamente a importância
do agronegócio no Brasil para nossa economia e para questões sociais, visto o
número de empregos e capilaridade que tem no interior”, disse.
O diretor destacou
que a agricultura brasileira está cada vez mais aliada às boas práticas e à
sustentabilidade, citando que, na última década, a produção média do setor foi
de 5% ao ano, enquanto o crescimento médio de área teve percentual de 1,6% no
mesmo período.
A soja é o produto
que mais impulsiona a projeção apresentada nesta quarta-feira. A produção do
grão na safra 2020/21 pode chegar a 133,7 milhões de toneladas. A
oleaginosa representa cerca de 50% da colheita total de grãos no Brasil. A
colheita já começou em Mato Grosso, segundo dados desta semana da Companhia no
Progresso de Safra. “Principal estado produtor de soja, a produção poderá
chegar a 35,43 milhões de toneladas, com uma ligeira queda em relação ao
estimado na safra anterior, apesar da expectativa de aumento na área plantada.
O resultado é reflexo da projeção de menor produtividade, uma vez que as
condições climáticas de 2019 não se repetiram até então”, informa a Conab.
Outro grão de
destaque é o milho. Com produção total estimada em 102,3 milhões de toneladas,
a primeira safra do cereal deve ter queda de 6,9%. As condições
climáticas desfavoráveis no momento do cultivo da primeira safra influenciaram
a produtividade, principalmente no Sul do país. No Rio Grande do Sul, a
diminuição foi estimada em 11%. Com isso, a produção tende a ser 9,3% menor. Em
Santa Catarina, os percentuais de queda na produtividade e na colheita da
primeira safra chegam a 14% e 12,7% respectivamente. Em ambos os estados, a
área destinada ao plantio deve crescer, o que reduz um pouco a queda no volume
de produção.
No caso do arroz, o
aumento de área foi menor do que o esperado, principalmente pelo fato de as
chuvas não abastecerem satisfatoriamente as barragens que fornecem água para as
lavouras irrigadas na Região Sul. Além do menor aumento de área, as condições
climáticas também impactaram a produtividade. Assim, a produção deve atingir
10,9 milhões de toneladas, queda de 2,5% em comparação com a safra anterior.
O levantamento de
hoje traz uma revisão da periodicidade e metodologia do quadro de oferta e
demanda de arroz. A Conab alterou a janela de análise anual de cada safra,
passando do período de março a fevereiro para janeiro a dezembro.
Esta mudança já era
solicitada pelo setor e visa trazer maior transparência e precisão nas
estimativas de estoques, uma vez que, ao estimar o estoque de passagem em
fevereiro, era preciso desconsiderar o produto novo colhido nos primeiros meses
do ano. Isto gerava dificuldade na extração de tal informação, além de poder
levar a uma interpretação equivocada do quadro de suprimento, em vista que o
estoque físico real, ao final de fevereiro, é sempre maior do que o publicado
como estoque de passagem.
Com esta mudança, o
estoque físico real, ao final de dezembro, será igual ao publicado como estoque
de passagem no fim do mesmo mês, pois a colheita do arroz inicia-se apenas em
janeiro de cada ano.
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