Com o inverno
brasileiro chegando as doenças respiratórias aparecem de forma mais intensa.
Isso porque as temperaturas caem e as pessoas tendem a ficar confinadas
facilitando não apenas a transmissão de vírus e bactérias que causam a gripe,
como também a transmissão da Covid-19.
A mudança de
temperatura nesse período diminui a umidade do ar, fazendo com que ele fique
mais frio e seco, o que agride bem mais as vias respiratórias, tornando-as
passíveis de receber agentes infecciosos. “Quanto mais as mucosas são
agredidas, mais inflamadas ficam e se tornam suscetíveis a infecção por vírus e
bactérias. As secreções do trato respiratório fazem com que as bactérias
aumentem, projetando a infecção em outras pessoas”, explica o infectologista e
diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David
Urbaez.
Do ponto de vista
comportamental, o frio faz com que as pessoas se mantenham por mais tempo em
ambientes fechados e com pouca ventilação. Essa atitude pode aumentar os casos
de infecção do coronavírus no outono/inverno brasileiro, que tem início dia 20
de maio. “É esperado um aumento dessa transmissão e aumento no número de casos
da Covid-19 nesse período”, afirma Urbaez.
Segundo o Boletim
Epidemiológico n°14 divulgado no final de abril de 2020 pelo
Ministério da Saúde, o Brasil tinha 61.888 casos confirmados da doença e 4.205
óbitos. Com a chegada do inverno, que teve início em 21 de junho do ano
passado, o boletim n°20 mostrou que o país havia atingido a marca de
1.313.667 pessoas contaminadas e 57.070 mortes.
Atualmente o país soma
mais de 14 milhões e 930 casos, totalizando mais de 414 mil mortes por
decorrência do vírus. De acordo com a Saúde, 75.594.620 doses da vacina contra a
Covid-19 foram distribuídas pelo Brasil e 45.909.958 pessoas já foram
vacinadas.
Como diferenciar a gripe da Covid-19?
Como o coronavírus
apresenta sintomas parecidos com a gripe, as pessoas tendem a confundir as
doenças. O infectologista José David Urbaez, explica que são poucas as
diferenças entre elas.
A gripe é uma
infecção viral causada pela Influenza com diversos sintomas distintos, como
respiratório, coriza, congestão nasal, dor de garganta e febre, podendo evoluir
para a síndrome respiratória aguda grave.
A rinite, bastante
confundida com outras doenças virais causadas por bactérias, é a inflamação da
mucosa nasal, podendo acontecer nas formas aguda, crônica, infecciosa e
alérgica. Os casos agudos são causados por vírus.
Com a chegada do
frio, a técnica em enfermagem, Patrícia Dannielle, diz que tem pioras no quadro
de rinite alérgica e tenta se proteger para a doença não evoluir. “Se pegar
friagem sem nenhuma proteção na cabeça logo o meu nariz fica obstruído e tenho
que usar soro. Torna-se um ciclo vicioso. Fico tomando antialérgico para
melhorar e se não cuidar da maneira correta, pode agravar para uma bronquite.”
Portadora de asma,
a brasiliense Lívia Cardoso afirma que o inverno é a época em que mais
prejudica sua saúde. “Essa época do ano é terrível, pois é quando tenho crise
de asma junto com sinusite. Por conta do frio e pouco sol acabo ficando mal, e
não tem remédio que cure.”
Para diminuir os
impactos dos sintomas ela costuma sair de casa bem agasalhada, não lava o
cabelo a noite e evita tomar bebidas geladas.
Em relação aos
principais cuidados para não transmitir doenças virais, o infectologista Urbaez
destaca que o uso da máscara de proteção sempre foi o melhor caminho, apesar do
uso se popularizar apenas durante a pandemia do coronavírus. “As máscaras devem
ser usadas por quem está com coriza e tosse. A higienização das mãos também é
importante.”
Urbaez indica que a população tome a vacina contra a gripe, que teve início no dia 12 de abril, em todo o país. “Se você está no grupo prioritário da vacinação contra a Influenza, tome a vacina. É uma ferramenta de cuidado importante nesse momento”, alerta.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook