O incêndio na Boate
Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, fez as equipes dos Corpos de
Bombeiros Militar reforçarem suas atividades técnicas em todo o país, incluindo
Santa Catarina. A tragédia, que completou oito anos e deixou 242 mortos,
revelou sérias irregularidades na casa noturna e chamou a atenção para a
necessidade de fortalecimento das normas de segurança em lugares
fechados.
As chamas começaram
por conta do uso de artifícios pirotécnicos em um ambiente fechado, atingindo a
espuma que foi utilizada como revestimento acústico do local. Segundo a
perícia, a espuma liberou Cianeto, um gás tóxico que intoxicou as vítimas. Além
do incêndio, havia problemas como falta de saídas de emergência e de sistemas
preventivos, superlotação e alvarás vencidos.
Em 2017, foi
sancionada a Lei Federal 13.425, chamada de Lei Kiss, que estabeleceu
diretrizes gerais para a segurança contra incêndio e pânico em espaços
comerciais, edificações e áreas de reunião de público. A legislação reforça que
cabe aos Corpos de Bombeiros Militar de cada Estado aprovar projetos
preventivos e fiscalizar o cumprimento das normas de segurança.
Como funciona a prevenção em Santa Catarina
Em Santa Catarina
já existiam normas e procedimentos de segurança contra incêndio. Porém, logo
após a tragédia, houve uma nova resposta governamental. Foi aprovada a Lei
Estadual 16.157, de 7 novembro de 2013, e editado o Decreto nº 1957/2013, que
regulamenta a medida. A lei estabeleceu o poder de polícia adminsitrativa ao
Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), dispôs sobre as normas e
os requisitos mínimos para a prevenção e segurança contra incêndio e pânico e
definiu sanções aos responsáveis dos imóveis que descumprirem as normativas.
Essas instruções
normativas são frequentemente estudadas e analisadas pela Diretoria de
Segurança Contra Incêndio (DSCI), possibilitando um atendimento completo e
garantindo a proteção dos cidadãos.
Ações realizadas pelo CBMSC
Os estabelecimentos
possuem a fiscalização do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, de
acordo com a necessidade apontada nas leis, porém também são feitas ações
preventivas pontuais. No verão, por exemplo, são realizadas ações de
fiscalização no período noturno, em municípios turísticos, garantindo que as
normas sejam cumpridas.
São analisados,
nestes casos, se o local se encontra com a capacidade de público condizente com
o que foi aprovado no projeto pelo CBMSC; se os sistemas preventivos vitais
estão instalados e em funcionamento; se as saídas de emergência estão
desobstruídas; e se há utilização de artefatos pirotécnicos no interior da
edificação, o que é expressamente proibido.
Além disso, foi
criado o Centro de Pesquisa e Inovação do Corpo de Bombeiros Militar de Santa
Catarina (CBMSC) para análise de novas tecnologias e ensaio
de materiais que podem ou não ser utilizados, garantindo ainda mais segurança
aos cidadãos.
O que fazer se perceber irregularidades em um local?
Ao presenciar um
local de concentração de público e perceber que não existem indicações de
saídas de emergência, que possivelmente o local está com a capacidade permitida
de público acima do indicado nas placas (que devem estar visíveis) ou qualquer
outra irregularidade que possa colocar a vida das pessoas em risco, denuncie.
Os canais de
contato são as Polícias Militar, pelo telefone 190, ou Civil, pelo 181, e
também o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, pelo telefone 193.
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