Em 2020, o Valor de Produção Agropecuária (VPA) de Santa
Catarina ficou em R$ 40,9 bilhões, o maior da história, superando o recorde
anterior, alcançado em 2017. No ano passado, a agropecuária catarinense também
bateu a melhor marca em relação à participação no valor de exportações do
Estado: 70,2%.
Estes e outros números fazem parte da 41ª edição da Síntese
Anual da Agricultura de Santa Catarina, publicação da Epagri/Cepa lançada em evento virtual nesta
quarta-feira, 14. Na ocasião também foi lançado o livro Indicadores de
Desempenho da Agropecuária e do Agronegócio de Santa Catarina 2019/2020. As
duas publicações trazem os resultados do mais recente ciclo agrícola do Estado.
“O agronegócio é um dos motores mais importantes da nossa
economia. Os números refletem essa grandiosidade e mostram que o setor se
mantém forte e ativo, no mercado interno e também internacional, graças ao
empreendedorismo, à força dos trabalhadores do campo e à qualidade dos nossos
produtos”, afirma a governadora Daniela Reinehr.
O secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento
Rural, Altair Silva, destaca que Santa Catarina tem um conjunto de líderes com
vocação natural para o agro, fazendo do estado um sucesso no setor, demonstrado
nos números das publicações da Epagri/Cepa. “Temos trabalhado fortemente com
municípios e Epagri para impulsionar os fatores de produção do Estado, como
estradas rurais de qualidade, melhorias no fornecimento de energia elétrica e
de água e acesso à internet”, afirma.
A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, lembra que os
resultados positivos se deram apesar das adversidades que o agronegócio
catarinense enfrentou na safra 2019/20. O clima não ajudou, e estiagem, granizo
e até tornados afetaram cultivos pelo Estado. A pandemia foi outro empecilho
que agricultores e profissionais da Epagri precisaram contornar para seguir
garantindo segurança alimentar para a população brasileira.
VPA
O VPA de R$40,9 bilhões alcançado pelo Estado em 2020 é 21,1%
superior ao de 2019, quando ficou em R$33,8 bilhões. Entre 2018 e o ano
seguinte, o índice já havia registrado variação positiva de 8,7%. O aumento nos
preços recebidos pelos produtores foi a principal razão do crescimento do VPA
estadual nos dois períodos, com destaque para suínos, bovinos, leite e grãos.
Para alcançar o VPA histórico em 2020, Santa Catarina contou
principalmente com a produção de suínos, que participou com 23% do total, de
frangos (17,5%) e de leite (11,9%). A Síntese aponta que nos últimos anos houve
grandes variações na composição do VPA catarinense, com ampliação da
participação de suínos, bovinos, soja e leite e perda de participação dos
frangos e do tabaco.
Exportações
Em 2020 o agronegócio catarinense exportou US$5,7 bilhões,
valor 6,7% menor do que em 2019 (US$6,1 bilhões). Apesar da redução no valor
total das suas exportações, o setor agropecuário seguiu a trajetória de
aumentar sua participação nas exportações de Santa Catarina, chegando a 2020
como responsável por mais de 70% do valor total exportado pelo Estado.
Mesmo com a expressiva queda de 2019 para 2020, a carne de
frango segue como principal produto das exportações do agronegócio de Santa
Catarina, representando 26,3% do valor exportado pelo setor.
Confira abaixo o desempenho de algumas das principais cadeias
produtivas do Estado na safra 2019/20 e algumas estimativas para o período
agrícola 2020/21.
Alho
Santa Catarina é o terceiro maior produtor de alho do país,
respondendo por 11,78% da produção nacional. Na safra 2019/20, a produção
catarinense foi de 16,4 mil toneladas, redução de 7,34% em relação ao ciclo
anterior. A safra 2019/20 foi afetada pela ocorrência de estiagem, mas mesmo
assim o volume produzido ficou dentro da média dos últimos anos, que tem
oscilado entre 15 e 20 mil toneladas.
A produção catarinense no ciclo mais recente foi de boa
qualidade comercial, apesar dos bulbos de menor calibre. Assim, os produtores
de alho do Estado obtiveram bons resultados econômicos na safra 2019/20. A
safra 20/21 está sendo colhida agora, com estimativa de produção de pouco mais
de 15,5 mil toneladas. Estiagem e granizo provocaram perdas.
Arroz
A produção catarinense de arroz é a segunda maior do país,
chegando na safra 2019/20 a 1.254.139 toneladas, o que representa 11% do total
nacional. A produtividade média foi de 8,4 toneladas por hectare, o que
representa um incremento de aproximadamente 9% em relação ao período agrícola
anterior.
O arroz irrigado é produzido em 93 municípios catarinenses,
concentrados no Litoral Sul (61,9%), Médio/Baixo Vale do Itajaí e Litoral Norte
(25,2%), Alto Vale do Itajaí (9,04%) e Litoral Centro (3,9%).
A alta do dólar fez da exportação uma boa alternativa para os
rizicultores catarinenses em 2020. De janeiro a outubro do ano passado Santa
Catarina exportou 47,9 mil toneladas, contra 6,1 mil toneladas exportadas em
2019.
Cebola
Santa Catarina é o maior produtor nacional de cebola,
cultivada basicamente por agricultores familiares, em pequenas áreas. Na safra
2019, a produção bruta colhida foi de 528.440 mil toneladas. A colheita da
safra 2020/21 está ocorrendo normalmente, mas perdas causadas pela estiagem e
outros eventos climáticos devem derrubar a produção em 25% em relação à safra
anterior, finalizando em volume inferior a 400 mil toneladas.
Feijão
A cultura do feijão foi menos produtiva na safra catarinense
2019/20, com 101.295 toneladas. Problemas climáticos, como estiagem próxima da
época de colheita da primeira safra e durante toda segunda safra, reduziram o
potencial produtivo das lavouras, acarretando num volume cerca de 2% menor do
que na safra anterior.
Para a safra 2020/21, que está a campo, a expectativa é de
aumento da produção em Santa Catarina, com estimativa de alcançar 105.117t. As
últimas nove safras catarinenses de feijão enfrentaram declínio sistemático da
área plantada, com redução de aproximadamente 33%. Na safra catarinense
2019/20, mais uma vez observou-se queda, desta vez de 3%.
Milho
Na safra 2019/20 Santa Catarina produziu 2.866.905 toneladas
de milho. Para a safra 2020/21 a estimativa de produção, que era de 2,3 milhões
de toneladas em dezembro, deve se reduzir em função da estiagem e da incidência
da cigarrinha-do-milho no início de 2021.
A Epagri/Cepa estima que Santa Catarina precisará adquirir
mais de 5 milhões de toneladas de milho em 2021.
Em 2020, a demanda total de milho grão em SC chegou a 7,37
milhões de toneladas, um incremento de 2% em relação ao ano anterior. Com a
oferta de 2,58 milhões de toneladas, houve um deficit de 4,36 milhões de
toneladas, atendido pelas importações interestaduais e de países como Paraguai
e Argentina.
Soja
A Epagri/Cepa estima que as lavouras catarinenses produziram
2,24 milhões de toneladas de soja em 2020. Para a safra 2020/2021 a
expectativa é de produzir 2.308.070t. O crescimento é impulsionado pelo aumento
da área plantada.
Entre as safras de 2012/13 e 2019/20, foram incorporados
cerca de 167 mil hectares para a produção da oleaginosa e a elevação da produção
chegou próximo de um milhão de toneladas no período. Na safra 2020/21 o cultivo
da soja deve ocupar uma área próxima a 700 mil hectares no Estado.
Tabaco
No território catarinense, a estimativa para a área plantada
de tabaco na safra 2020/21 praticamente se manteve em relação à safra anterior,
com apenas 0,4% de aumento. Em sentido oposto, estima-se uma redução de 5,6% na
safra em relação à anterior em decorrência de eventos climáticos, como estiagem
e granizo.
Entre 2013 e 2020 Santa Catarina observou queda da área
plantada (-3,7% ao ano) e da produção (-2,4% ao ano).
Tomate
Segundo estimativas da Epagri/Cepa, Santa Catarina deve
produzir 149,4 mil toneladas de tomate na safra 2020/21, contra 139,9 mil
toneladas produzidas em 2019/20.
Santa Catarina é o sétimo maior produtor de tomate no Brasil.
Contribuiu, segundo dados da PAM/IBGE de 2019, com 4,5% da área total plantada
e 4% da produção total nacional. Os municípios de Caçador e Lebon Régis são os
maiores produtores do Estado.
Trigo
Na safra 2019/20 Santa Catarina produziu 154.774t e para este
período agrícola espera-se 188.490t. No ciclo agrícola 2019/20, foi cultivada
no Estado uma área de aproximadamente 50,8 mil hectares, o que representa uma
redução de 5,8% em relação à safra anterior. Mesmo com redução da área, a
produção estadual cresceu 13,8%, resultado do incremento de 20,8% na
produtividade média das lavouras. Para a safra 2020/21, é esperado um plantio
de 64,5 mil hectares, o que representaria um crescimento de 26,9% em relação a
2019/20.
Uva e vinho
Na safra 2019/20 Santa Catarina produziu 154.774t e para este
período agrícola espera-se 188.490t. No ciclo agrícola 2019/20, foi cultivada
no Estado uma área de aproximadamente 50,8 mil hectares, o que representa uma
redução de 5,8% em relação à safra anterior. Mesmo com redução da área, a
produção estadual cresceu 13,8%, resultado do incremento de 20,8% na
produtividade média das lavouras. Para a safra 2020/21, é esperado um plantio
de 64,5 mil hectares, o que representaria um crescimento de 26,9% em relação a
2019/20.
Carne bovina
Segundo dados da Cidasc, em 31 de dezembro de 2020 o rebanho
bovino catarinense era constituído por 4,51 milhões de cabeças, 3,91% abaixo da
quantidade registrada no ano anterior. Dentre outros fatores, esse resultado
tem relação com a significativa alta nos preços do boi gordo observada em 2020,
o que estimulou o aumento no abate. No ano passado Santa Catarina abateu
827.794 cabeças de gado, contra 750.666 em 2019.
A mesorregião Oeste Catarinense (microrregiões de Chapecó,
Joaçaba, São Miguel do Oeste, Xanxerê e Concórdia) foi responsável por 52,31%
dos bovinos produzidos no ano de 2020, levando-se em consideração o abate
inspecionado, o autoconsumo e o comércio interestadual. Quando são
contabilizados somente os animais abatidos em estabelecimentos inspecionados, o
Oeste Catarinense responde por 50,22%.
O preço de dezembro de 2020 pago aos pecuaristas catarinenses
foi 27,17% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Na comparação
com fevereiro de 2019, a diferença é de 66,72%.
Carne de frango
Em 2020, foram produzidos no Estado e destinados ao abate
848,31 milhões de frangos, segundo a Cidasc, alta de 0,7% em relação ao ano
anterior. A mesorregião Oeste Catarinense foi responsável por 79,76% da
produção catarinense em 2020, pequeno recuo em relação ao ano anterior, quando
respondeu por 80,53%
Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de
frango do país, tendo sido responsável por 25% das receitas brasileiras com
esse produto em 2020. Por outro lado, ano passado a quantidade de carne de
frango exportada pelo Estado caiu 24,05%, enquanto a variação das receitas foi
de -32,17%.
Carne suína
De acordo com os dados da Pesquisa Trimestral do Abate de
Animais, em 2019 a produção catarinense atingiu 1,12 milhão de toneladas de
carcaça, alta de 3,31% em relação ao registrado em 2018. Nos três primeiros
trimestres de 2020, as variações foram ainda mais expressivas em relação ao
mesmo período do ano anterior: aumento de 14,84% no número de animais abatidos
e de 18,51% na produção de carcaça. Até a finalização desta publicação, o IBGE
ainda não havia divulgado os dados do 4º trimestre.
Em 2020, 7.318 suinocultores catarinenses destinaram suínos
para abate em estabelecimentos inspecionados, queda de 3% em relação ao ano
anterior. Entre 2015 e 2020, o número de produtores caiu 15,57%, o que indica
um processo de concentração em curso no setor, com produções cada vez maiores e
um número decrescente de suinocultores. A mesorregião Oeste (microrregiões de
Concórdia, Joaçaba, Chapecó, São Miguel do Oeste e Xanxerê) foi responsável por
79,40% dos animais produzidos em 2020.
Assim como observado no cenário nacional, as exportações
catarinenses de carne suína também apresentaram crescimento significativo em
2020: foram embarcadas 523,39 mil toneladas, aumento de 25,63% em relação ao
ano anterior, o que mantém Santa Catarina no topo do ranking de maiores
exportadores da proteína do país. As receitas registraram incremento ainda mais
expressivo: US$ 1,17 bilhão, alta de 35,30%. Tais resultados representam
recordes históricos nas exportações de carne suína do estado, tanto em valor
como em quantidade. Os bons resultados de 2020 devem-se, principalmente, ao
crescimento dos embarques para a China. Em relação a 2019, as exportações para
aquele país cresceram 70,32% em quantidade e 76,32% em valor.
Moluscos
A produção catarinense de moluscos na safra 2019 foi de
15.156t, valor 6,62% maior que no ano anterior. A produção do Estado segue
crescendo desde 2018. O aumento em 2019 foi impulsionado pela produção de
ostras, com crescimento de 29,5%, enquanto a produção de mexilhões teve incremento
de 2,4% em 2019.
Um total de 485 produtores estiveram envolvidos no cultivo de
moluscos em Santa Catarina em 2019.
O documento traz ainda informações completas sobre o
desempenho da aquicultura e do setor florestal.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook