Foto: Vinicius Eduardo Schneider/ Divulgação
A produção de cereais de inverno ganha cada vez mais força
no Sul do Brasil. Lideranças de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão unidas
na busca de novos cultivares e para incentivar os produtores rurais a
investirem no plantio de trigo, triticale, centeio, aveia e cevada. A produção
de cereais de inverno e o andamento dos projetos nos dois estados foram temas
do encontro do secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural,
Altair Silva, com lideranças gaúchas e catarinenses na sede da Embrapa Suínos e
Aves, em Concórdia.
"Aqui no estado criamos o Projeto de Incentivo ao
Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, que subvenciona
50% do valor das sementes de cereais de inverno destinadas à fabricação de
ração. Na outra ponta, a Embrapa Suínos e Aves, em conjunto com a Embrapa Trigo,
está trabalhando no desenvolvimento de cultivares adaptados para a produção de
cereais voltados à fabricação de ração. São passos importantes para
diversificarmos ainda mais a economia dos dois estados", destaca o
secretário Altair Silva.
Em Santa Catarina, a Secretaria da Agricultura está
investindo R$ 5 milhões para incentivar o cultivo de cereais de inverno. Com o
Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de
Grãos, os produtores receberão uma subvenção de R$ 250 por hectare efetivamente
plantado com trigo, triticale, centeio, aveia e cevada, em um limite de 10
hectares por agricultor. A intenção é ampliar em 20 mil hectares a área
cultivada em todo o estado na safra 2020/2021.
Todo esse movimento para apoiar o plantio de cereais de
inverno tem como objetivo reduzir a dependência de milho e os custos de
produção, além de trazer mais uma alternativa de renda para os agricultores e
mais competitividade para a cadeia produtiva de carnes. "O deficit de
milho é um desafio que Santa Catarina tem enfrentado e as alternativas estão
aí. Estou animado com esse movimento que o Rio Grande do Sul vem fazendo, de
incentivo à produção de alimentos alternativos, e tenho certeza que isso fortalecerá
toda a nossa produção no Sul", ressalta Altair Silva.
Segundo o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural do Rio Grande do Sul (Senar/RS), Eduardo Condorelli, esta é uma
oportunidade excelente de agregação de renda para o setor produtivo dos estados
do Sul. "Precisamos estar organizados para enfrentar o desafio, que não é
tão grande assim, pois temos área, infraestrutura e tecnologia. Nosso papel é
dar voz ao que a Embrapa desenvolve, pois é aqui que encontramos a
solução", enfatiza.
Embrapa concentra esforços no desenvolvimento
de novos cultivares
Enquanto a Embrapa Trigo, de Passo Fundo, trabalha no
desenvolvimento das cultivares de cereais de inverno, a Embrapa Suínos e Aves
analisa o uso desse material na alimentação de suínos e aves. "A nossa
missão é a de gerar as soluções que a cadeia produtiva precisa. Estamos aqui
para atuar em conjunto com o Estado, as cooperativas e os produtores em busca
do que o produtor precisa", afirma a chefe geral da Embrapa Suínos e Aves,
Janice Zanella.
Durante o encontro, pesquisadores da Embrapa apresentaram os
resultados da pesquisa de cereais de inverno e a questão econômica do projeto.
Também estiveram presentes no encontro o presidente da
Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira,
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina
(Faesc), José Zeferino Pedroso, os representantes da Associação Brasileira de
Proteína Animal - ABPA Ricardo Santin e Francisco Turra.
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