Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
Quarto maior
produtor de leite do Brasil, Santa Catarina pretende criar mecanismos para
fortalecer a cadeia produtiva e incentivar a exportação. A estratégia levantada
pela Aliança Láctea Sul Brasileira prevê melhorias em logística, redução dos
custos de produção e qualificação de produtores. O plano foi apresentado ao
secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural,
Valdir Colatto, nesta quarta-feira, 4.
“Daremos todo apoio
à cadeia produtiva do leite, envolvendo indústria e produtores para retirar
entraves que impedem o setor de crescer. Junto aos estados vizinhos, Rio Grande
do Sul e Paraná, vamos buscar colocar o leite na pauta de exportações do Sul do
país”, afirma Colatto.
A produção de leite
envolve diretamente 70 mil famílias catarinenses, sendo que aproximadamente 24
mil famílias fornecem o produto para mais de 130 unidades industriais
instaladas no estado. Em 2021, Santa Catarina produziu 3,1 bilhões de litros de
leite, respondendo por 8,9% da produção nacional.
O coordenador-geral
da Aliança Láctea Sul Brasileira, Airton Spies, explica que o setor vive um
momento delicado, com a estagnação da produção nacional e a falta de
competitividade para buscar o mercado externo. “Há oito anos a produção
brasileira está estagnada em 25 bilhões de litros/ano de leite vendido para as
indústrias e, enquanto em outros estados a produção encolhe, na região Sul nós
continuamos crescendo. Somos responsáveis por 40% do leite industrial e temos
apenas 15% dos consumidores. Só o mercado interno não nos permite crescer,
precisamos nos voltar para os portos e exportar nossa produção”.
Hoje, dos 15
municípios brasileiros com maior densidade de produção de leite, 10 estão em
Santa Catarina: São João do Oeste, Tunápolis, Nova Erechim, Marema, Braço do
Norte, Princesa, Cunhataí, Iporã do Oeste, Santa Helena e Itapiranga. Os dados
analisam a quantidade de litros produzidos por quilometro quadrado e demonstram
a qualificação e especialização do setor produtivo catarinense.
Entre os maiores
gargalos levantados pela entidade estão os altos custos de produção, que
impedem competir no mercado global; baixa eficiência produtiva no campo;
logística ineficiente; manter a sanidade dos rebanhos; alta volatilidade nos
preços e falta de energia elétrica trifásica e acesso à internet.
A intenção da Aliança
Láctea é incluir o leite em pó, pó de soro de leite, queijo e manteiga na pauta
de exportações da região Sul, ampliando o mercado consumidor e garantindo a
continuidade e especialização do setor. “Santa Catarina já produz leite de
qualidade, com sanidade animal, qualidade e conta com a experiência bem
sucedida nas cadeias produtivas de carnes. O leite hoje é o setor com os
maiores ganhos marginais a incorporar e pode ter um grande impacto na economia
de Santa Catarina e na vida de milhares de catarinenses”, ressalta Airton
Spies.
As propostas para
fortalecimento do setor produtivo na região Sul devem ser apresentados na
próxima reunião do Codesul para o envolvimento dos estados vizinhos.
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