Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
Uma complexa
operação envolvendo dezenas de profissionais de saúde e o uso de um helicóptero
terminou de maneira bem sucedida nesta quarta-feira, 25, em Santa Catarina.
Após a morte encefálica de um homem em Florianópolis, poucas horas depois o
coração dele já estava batendo no peito de outro paciente, que aguardava a
quase 200 quilômetros de distância, no interior do estado. O trabalho foi
coordenado pela SC Transplantes, órgão do Governo do Estado que completa 23
anos de criação em 2022.
Conforme explica o
coordenador da SC Transplantes, o médico Joel de Andrade, o tempo é um fator
essencial nesse tipo de operação. Entre o momento que o coração deixa de bater
no doador e o instante que ela passa a funcionar no corpo do receptor, não pode
se passar mais do que quatro a seis horas. Por conta disso, o helicóptero
também usado pelo governador foi acionado para fazer o transporte entre a
Capital e um hospital no interior.
“A agilidade no
transporte de equipes e órgãos é essencial para o desempenho do setor de
transplantes. Isso é ainda mais marcante nos transplantes de coração e pulmão.
Quanto menor o tempo de isquemia (sem circulação de sangue), melhor. Por isso,
o transporte por aeronave é fundamental. Nós temos técnicas médicas
consolidadas que dependem dessa agilidade. Santa Catarina tem oferecido esse
apoio ao sistema estadual de saúde”, afirma Andrade.
O transplante de coração é mais raro em comparação com outros órgãos, como rins e córnea. Em 2022, esta foi apenas a terceira operação do tipo. Em 2021 e 2020, foram somente quatro transplantes em cada um dos anos.
O médico Frederico Di Giovanni foi o responsável pela extração do coração do doador e também pela operação de implante, em outra cidade. Ele foi também o responsável por acompanhar o transporte do órgão dentro do helicóptero. Ele fala que a disponibilização, por parte do Governo do Estado, de aviões e helicópteros é de suma importância para este tipo de trabalho.
Para Joel Andrade,
da SC Transplantes, um dos fatores que levaram Santa Catarina a se destacar
nacionalmente foi a qualificação dos seus profissionais de saúde, que trabalham
de maneira altamente especializada. Dos últimos 17 anos, Santa Catarina ocupou
por 13 vezes a liderança nacional na taxa de doação de órgãos. Nos outros quatro
anos, ficou na segunda colocação.
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