O médico Maurício Piacentini diz que o momento é extremamente delicado
A nova onda de
contaminação provocada pelo coronavírus, em São Miguel do Oeste, ligou o sinal
de alerta das autoridades sanitárias. O crescimento do número de casos
preocupa. A doença já infectou no município 5.242 pessoas, segundo balanço
diário oficial divulgado ontem (08) pelo Comitê de Crise, e causou a morte de
59. Dos que testaram positivos, 4.910 estão recuperados.
Os casos ativos que em 7 de maio eram 95, em cerca de um mês pularam assustadoramente para 273, num crescimento que supera 65%. Num período de 30 dias São Miguel do Oeste registrou a morte de 13 vítimas da Covid-19. No dia 2 de maio, existiam 63 casos ativos no município pólo do Extremo Oeste de Santa Catarina. Entretanto, somente na última segunda-feira os exames confirmaram 74 infectados num único dia. No período de 7 de maio a 7 de junho, 768 testaram positivo e 588 entraram para a relação dos recuperados.
Sobre a situação atual em relação ao Covid-19 em São Miguel do Oeste, o JRTV entrevistou o coordenador do Comitê de Crise, Dr. Maurício Piacentini. Confira o que disse a autoridade sanitária:
Dr. Maurício - A aceleração no número de casos
novos, de casos ativos, por consequência dos casos graves e de óbitos, se deve
principalmente às variantes da Covid-19. Principalmente à variante brasileira e
com certeza à variante indiana, que tiveram influencia nos casos mais
severos que atingiram mais os jovens, principalmente os com menos de 60 anos e
sem comorbidades. O perfil da doença mudou e se tornou mais agressiva
principalmente nos jovens, com comprometimento do pulmão. Mas também podemos
atribuir,em segundo lugar, ao comportamento das pessoas. A convivência das
pessoas após um ano e meio com a pandemia se tornou mais natural. De certa
forma as pessoas perderam o medo do coronavírus, deixando de lado o uso da
máscara, a higiene das mãos e o distanciamento. As pessoas estão deixando as
recomendações de lado.
JRTV - A falsa sensação de que o pior já passou pode servir para agravar ainda mais o quadro?
Dr. Maurício - A sensação de que o pior já passou
com certeza traz para as pessoas a falsa sensação de segurança, que podem se
expor e que não serão contaminados. Ou se forem contaminados, o vírus é mais
brando. Com o advento das variantes o vírus tem se tornado mais agressívo.Temos
mais dúvidas do que certezas em relação ao comportamento do coronavírus. Então
essa falsa sensação de que o pior já passou, faz com que as pessoas se exponham
mais ao risco de contaminação. Em grupos, se expõem mais a circulação do vírus.
Aqui em São Miguel do Oeste e em toda a região é noticiado de que a polícia
precisa intervir em festas clandestinas,em aglomerações no comércio, em festas
particulares, em pub, casas noturnas e restaurantes. O hospital está lotado, os
leitos em enfermaria e UTI lotados. A situação está tão ruim como em março,
quando houve quase um colapso no sistema de saúde.
JRTV - Até agora foram aplicadas cerca de 18 mil vacinas em São Miguel do Oeste. Qual é a previsão para vacinação dos mais de 40 mil habitantes do município?
Dr.
Maurício - Até o
momento 17 mil pessoas foram vacinadas em São Miguel do Oeste, porém 12 mil
receberam a primeira dose e 5 mil a segunda dose. Em termos gerais 5 mil
pessoas estão imunizadas contra a Covid-19. A gente considera a imunização
completa depois da realização da segunda dose. A distribuição de vacinas está a
cargo do governo federal, centrada no Ministério da Saúde. Por isso é difícil
afirmar quando a vacinação será concluída. Gostaríamos que a vacinação
estivesse muito mais avançada.
JRTV - O que o coordenador do Comitê de Crise recomendaria à população?
Dr. Maurício - Desde o início a secretaria
municipal de saúde e a secretaria estadual de saúde tem feito campanhas
informando as pessoas sobre os riscos do novo coronavírus. As medidas de
distanciamento social, o uso de máscaras, a higiene das mãos, a etiqueta da
tosse e evitar circular em locais fechados e com muita gente são recomendações
que persistem. Devemos cuidar de nossas famílias, de nossos amigos. Nós
precisamos mais do que nunca seguí-las (as recomendações), evitando nos expor a
ambientes de riscos, que possam nos contaminar ou que contaminemos a quem
convive conosco. Este é um momento extremamente delicado da pandemia, por isso
precisamos mais do que nunca essas orientações.
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