O terceiro sábado do mês de outubro, 16, é marcado pelo Dia
Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. A data traz um alerta
sobre a gravidade desta Infecção Sexualmente Transmissível (IST),
principalmente, em gestantes. Nas grávidas, a sífilis pode ser transmitida para
o bebê e causar aborto espontâneo, parto prematuro, malformação do feto,
surdez, cegueira, deficiência mental e morte ao nascer. Nos adultos, a sífilis
pode causar feridas nos órgãos genitais, manchas e lesões na pele, ínguas e
também pode levar à morte.
Por esse motivo, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica
(Dive) aproveita a data para chamar a atenção da população catarinense para a
prevenção, a testagem e o tratamento da sífilis. A gerente de IST da Dive, a
médica infectologista Regina Valim, esclarece que a sífilis tem cura e o
diagnóstico pode ser feito pelo teste rápido. “Ele está disponível
gratuitamente nos serviços de saúde de todo o estado. O teste é feito com uma
gota de sangue tirada da ponta do dedo e o resultado sai em até, no máximo, 30
minutos”, explica a médica.
Nas gestantes, a indicação é que o teste seja realizado
durante o pré-natal em, pelo menos, três momentos: primeiro e terceiro
trimestres da gestação, no parto ou em casos de aborto. O parceiro da gestante
também deve ser testado. Caso a infecção seja detectada, o tratamento deve ser
iniciado imediatamente para evitar a transmissão da sífilis para o bebê. Os
casais que estão planejando ter filhos também devem realizar o teste, antes
mesmo da gestação.
Além do teste, recomendado para todos, também é fundamental
que parceiros sexuais façam o uso da camisinha em todas as relações.
A médica ginecologista da Dive, Flávia Soares, ressalta que a
sífilis pode causar sintomas que aparecem e desaparecem, mas a infecção
permanece no organismo. “A prevenção, a testagem e o tratamento são as melhores
ferramentas contra a infecção. A falta de tratamento pode resultar em sérias
complicações, podendo levar à morte”, finaliza a médica.
Sífilis em Santa Catarina
Dados Sistema de Informação de Agravos de Notificação mostram
que entre os anos de 2019 e 2020 o número de notificações de sífilis adquirida
teve uma leve redução, de 10.946 casos em 2019 para 8.802 em 2020. Nas
gestantes, também houve uma leve queda, de 2.133 casos em 2019 para 2.075 em
2020, bem como os dados de sífilis congênita, em menores de 1 ano, que teve uma
queda de 550 casos em 2019 para 502 em 2020.
A gerente de IST da Dive, a médica infectologista Regina
Valim, acredita que essa queda possa ter relação tanto com a pandemia, que fez
com que menos pessoas procurassem os serviços de saúde para realizar consultas,
exames e testes, mas também com o esforço conjunto do estado, regionais e
municípios no monitoramento e conscientização da população sobre a infecção,
evitando que mais pessoas adoeçam.
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