As baixas coberturas vacinais têm gerado preocupação em todo
o país e não é diferente em Santa Catarina. Mesmo com um histórico de elevados
índices de vacinação, as coberturas vêm sofrendo uma redução no Estado,
situação que foi agravada pela pandemia da Covid-19. Referente à vacina
meningocócica C, a cobertura foi reduzida de 100% no ano de 2016 para 90% em
2020, ficando abaixo do recomendado que é 95%. A vacina previne a Doença
Meningocócica (DM) do tipo C.
Diante deste cenário, o Ministério da Saúde (MS) recomendou
que até dezembro de 2021 a vacina meningocócica C (Conjugada) seja aplicada em
crianças com até 10 anos, 11 meses e 29 dias ainda não vacinadas. Na rotina,
esta vacina é administrada em crianças menores de cinco anos, em duas doses,
aos três e cinco meses de vida, além de uma dose de reforço, preferencialmente,
aos 12 meses de idade. Crianças que, por algum motivo, não são vacinadas nas
idades indicadas, podem receber uma dose até os quatro anos de idade. No
entanto, com a mudança, a idade limite passa para 10 anos.
A gerente de imunização da Diretoria de Vigilância
Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), Arieli Schiessl Fialho, explica que a
preocupação do Ministério se dá pelo fato de que as crianças são as principais
responsáveis pela circulação da Doença Meningocócica. “Ainda que o risco de
adoecimento seja maior em bebês menores de um ano, manter a cobertura vacinal
elevada nas crianças é de extrema importância para controlar a doença
meningocócica do tipo C no Estado”, enfatiza a gerente.
Outra vacina essencial para o controle da Doença
Meningocócica é a meningocócica ACWY (Conjugada), aplicada em dose única nos
adolescentes com 11 e 12 anos de idade desde maio de 2020. Esta vacina previne
a doença meningocócica dos tipos A, C, W e Y. A elevação da cobertura vacinal é
essencial para evitar surtos da doença meningocócica e consequentes hospitalizações,
sequelas, tratamentos e, até mesmo, óbitos.
Doença meningocócica
É uma infecção bacteriana grave que, se não for tratada a
tempo, pode deixar sequelas como atraso mental, surdez, cegueira e, até mesmo,
levar à morte em algumas horas. A bactéria causadora da doença, a Neisseria
Meningitidis (meningococo), é classificada em 12 sorogrupos, sendo que, no
Brasil, os principais são: B, C, W e Y. Os sintomas mais comuns são: dor de
cabeça intensa e febre elevada e de início súbito, vômito, rigidez na nuca e
manchas vermelhas na pele.
Queda nas coberturas vacinais preocupa
A vacinação em crianças, de forma geral, tem sofrido um
declínio preocupante. Em um levantamento realizado pela Diretoria de Vigilância
Epidemiológica (Dive) é possível observar que, ao longo dos últimos cinco anos,
houve uma queda no percentual de crianças menores de um ano vacinadas.
Um exemplo é a cobertura vacinal da BCG, vacina que deve ser
aplicada em recém-nascidos para a prevenção de formas graves da tuberculose. Em
2016, a cobertura desta vacina foi de 97,34%, já em 2020 não chegou a 80%. A
meta é 90%*.
O diretor da DIive, João Augusto Brancher Fuck, alerta sobre
a importância da aplicação das vacinas disponíveis no calendário vacinal “A
falta de vacinação permite que as doenças imunopreveníveis voltem a circular em
nosso território, o que não é admissível, tendo em vista que temos vacinas para
proteger a população, especialmente as crianças, e evitar que adoeçam. Então, o
nosso apelo é para que pais e responsáveis atualizem a caderneta de vacinação
de seus filhos”, destaca o diretor.
*A meta das vacinas BCG e Rotavírus é 90%, das demais 95%.
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