SC é o terceiro estado com mais medidas de distanciamento social, segundo IPEA

21/04/2020 - 14h37

Segundo estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) publicado na semana passada, as medidas de isolamento impostas até então colocam o estado como um dos mais restritos, apesar de a adesão ao isolamento não ser tão grande.

Santa Catarina é o 10º estado da União em relação aos casos confirmados de coronavírus. Na última atualização, feita nesta segunda-feira (20), foi confirmado o número de 1036 casos e 35 óbitos.

Na semana em questão, que iniciou no dia 13, SC ficou como o 22º estado no ranking de isolamento, com 42% de adesão. Ao fim da semana, retornou à faixa nacional, de 50%, mas tende a abandonar novamente a quarentena conforme as liberações do governo estadual.

A nota técnica do IPEA também relata que a “relação entre as políticas dos estados e as das capitais tende a ser inversa”, ou seja, maiores restrições nas cidades são relacionadas a iniciativas mais brandas pelos governos estaduais.

O estudo analisa os dados através de um esquema de pontuação. Por exemplo, a suspensão de eventos e atividades culturais ou religiosas. Se o estado ou município em questão suspendeu totalmente, fica com 2, ao passo que se a restrição foi parcial, fica com 1, e nula, com 0.

São analisadas seis suspensões: a já citada, de eventos; a dos bares e restaurantes; de estabelecimentos comerciais; indústria; escolas e universidades; e restrições do transporte terrestre, fluvial ou marítimo.

Retomada catarinense

Apesar do alto ranking, estima-se que Santa Catarina deva ficar com menos pontos nos próximos dias. Isto porque, em coletiva transmitida nesta segunda (20), o governador Carlos Moisés (PSL) anunciou que a retomada de igrejas e templos religiosos – regulamentada nesta segunda – valerá a partir de terça (21).

Já a liberação de academias, shoppings, restaurantes e centros comerciais ocorrerá a partir de quarta-feira (22), mas ainda não foram divulgadas as normativas.

Tanto Moisés quanto o Helton Zeferino, secretário de Estado da Saúde, afirmaram que essa liberação pode  ser revertida caso o quadro mude e os casos voltem a crescer expressivamente.

Moisés afirmou que ouviu todos os setores, e “discutiu intensamente” as propostas de regulamentação no fim de semana. Segundo o governador, as atividades físicas são importantes “inclusive para nos afastar do grupo de risco”.

Segundo Zeferino, foram feitos estudos com um grupo voluntário de infectologistas e cientistas de dados, modulando as estatísticas do estado para um estudo do Imperial College, de Londres. Assim, segundo o secretário, foi tomada a decisão de iniciar a flexibilização.

Em território europeu

Na Europa, que passou por grandes conturbações há algumas semanas, também houve retomada gradual nas atividades, liderada pela chanceler Angela Merkel, da Alemanha.

Juntamente com outras 16 nações, foi elaborado um plano de flexibilização gradual que inicia nesta semana. Contudo, antes disso, a Alemanha ampliou drasticamente os leitos de UTI do país e testou mais de 1,7 milhão de pessoas.

No país, os casos de curados da Covid-19 já supera o número de internados. Mesmo assim, Merkel manifesta preocupação com o povo alemão, temendo um relaxamento nas medidas e restrições.

Lá, a retomada teve restrições distintas daqui. Por exemplo, em vez de apenas impor distância de 1,5 metro entre as pessoas, os estabelecimentos que abrirem as portas também devem ser de, no máximo, 800 metros quadrados, e as concentrações de três pessoas ou mais ainda são proibidas.

Merkel também preocupa-se com a discussão de, exclusivamente, o abandono total da quarentena. “O que importa agora é a evolução da situação até 30 de abril, data em que expiram as atuais normas de proteção”, afirmou a chanceler alemã.

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