Santa Catarina tem
4.601 casos confirmados de dengue em 2020, o maior número já registrado em um
único ano no Estado. A marca foi alcançada em menos de cinco meses. Até então o
maior número era o de 2016, quando foram 4.379 diagnósticos em 12 meses.
Os dados constam no
mais recente boletim sobre a dengue da Diretoria de Vigilância Epidemiológica
(Dive-SC), publicado na sexta-feira (22).
De acordo com ele,
Santa Catarina teve os 4.601 diagnósticos de dengue entre 29 de dezembro de
2019 e 16 de maio de 2020. Há ainda outros 5.032 casos sob investigação.
Do total de
confirmados, 4.265 casos são autóctones (transmissão dentro do estado), 158
casos são importados (transmissão fora do estado), 79 casos são indeterminados
e 99 casos estão em investigação. Até o momento, nenhuma morte foi registrada
pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Nos outros três
anos em que o Estado teve epidemias de dengue, o total de casos foi de 1.911
(2019), 4.379 (2016) e 3.619 (2015). Os dois únicos óbitos pela doença já
ocorridos em Santa Catarina foram em 2016.
De acordo com o
João Fuck, gerente de Vigilância de Zoonoses da Dive-SC, o aumento de casos
gera preocupação, ainda mais por ser registrado em meio à pandemia do novo
coronavírus.
Ele acredita que o
cenário atual é resultado de uma série de fatores, e cita ao menos dois, a
falta de cuidados de prevenção por parte da população e mudanças no
clima.
— No caso da
dengue, a gente tem medidas de prevenção e não damos a importância no dia a
dia. Precisamos retomar essas medidas e sensibilizar as pessoas. A doença está
muito próxima. Evitar manter água parada continua sendo a medida mais efetiva —
destaca.
— Outro fator
importante é a questão climática. A gente vem passando por uma mudança nos
últimos anos, com invernos menos rigorosos, gerando condições para que o
mosquito se reproduza ao longo de todo o ano — complementa.
Ainda conforme o
boletim da Dive-SC, no momento 10 cidades catarinenses vivem uma epidemia de
dengue.
Uma delas é
Joinville, que registra o maior número de casos autóctones (2.958), 69,4% do
total no ano de 2020, com uma taxa de incidência de 501 casos por 100 mil
habitantes.
As outras cidades
são São Carlos, Formosa do Sul, Coronel Freitas, Bombinhas, Maravilha, Tijucas,
Águas de Chapecó, São Miguel do Oeste e Caibi. São Carlos tem a maior taxa de
incidência, com 930,8 casos por 100 mil habitantes.
A caracterização de
epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de
habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão
epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100
mil habitantes.
Sinais e sintomas
Normalmente, a
primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C), de início
abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza,
dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão
presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas.
Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
A doença pode
evoluir para um quadro grave. Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor
abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou
irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Alguns
pacientes também podem apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e
irritabilidade.
Orientações contra
a proliferação
- evite usar pratos
nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
- guarde garrafas
com o gargalo virado para baixo;
- mantenha lixeiras
tampadas;
- deixe os
depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as
caixas d’água;
- plantas como
bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
- trate a água da
piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
- mantenha ralos
fechados e desentupidos;
- lave com escova
os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
- retire a água
acumulada em lajes;
- dê descarga, no
mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
- mantenha fechada
a tampa do vaso sanitário;
- evite acumular
entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
- denuncie a
existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de
Saúde;
- caso apresente
sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde
para o atendimento.
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