Estiagem já traz
impactos para as lavouras de Santa Catarina. Nesta segunda-feira (03), a
Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural e a
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)
reuniram lideranças do setor produtivo e técnico para apresentar a situação
atual da estiagem no estado e a previsão para os próximos dias.
"Estamos
monitorando a situação meteorológica, hidrológica e também as safras em
Santa Catarina. Queremos compartilhar as informações com os produtores
rurais e lideranças do setor para que possamos tomar decisões mais acertadas e
também nos prepararmos para as consequências da estiagem. Precisamos
transformar a informação em ação para apoiar os agricultores catarinenses",
ressalta o secretário da Agricultura Ricardo de Gouvêa.
A
situação mais crítica está nas regiões de Lages e Campos Novos, principalmente
no cultivo de milho primeira safra. Segundo levantamento do Centro de
Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) as perdas podem chegar a 8%
da safra estadual do grão, representando 2,54 milhões de toneladas. Outras
culturas também sentem a falta de chuvas, porém com impactos menores. É o caso
da soja em que as perdas no estado podem chegar a 4,2% e do feijão primeira
safra com perda estimada em 3,2%.
Estiagem em
Santa Catarina
Segundo a
meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), Marilene de Lima, desde
maio de 2019 Santa Catarina vem passando por períodos de estiagem, com épocas
de mais e menos chuva. Em janeiro, o estado contou com chuvas pontuais e abaixo
do esperado, porém no final do mês o cenário mudou completamente e o volume
total do mês acabou ficando próximo ao esperado para a época do ano. No Extremo
Oeste, por exemplo, os volumes de chuva foram acima do que normalmente é
observado nesse período.
Até
o momento, a preocupação maior é com as regiões de Campos Novos e Campos de
Lages. "Em fevereiro tivemos chuvas pontuais, mas os modelos atmosféricos
ainda indicam um mês com escassez de chuva. Nós esperamos um mês com chuvas de
verão frequentes e mal distribuídas. As áreas mais críticas são as áreas
próximas ao Rio Grande do Sul que estão com faltas de chuvas e podem continuar
sofrendo durante o mês de fevereiro", destaca Marilene de Lima.
Boas
práticas de produção
Em tempos de pouca
chuva, o produtor rural pode adotar algumas práticas para minimizar os impactos
e garantir uma boa safra. A recomendação é de que os agricultores não deixem de
fazer um bom seguro agrícola e que procurem fazer o escalonamento de plantio de
sua safra, a fim de minimizar possíveis prejuízos caso a estiagem persista.
O
investimento na construção de cisternas ou sistemas de irrigação também traz
mais segurança para os produtores nos tempos de estiagem.
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