Foto: Julian Wildner/Prefeitura Itapiranga
A falta de chuvas volta a causar estragos nas lavouras
catarinenses, com perdas de até 50% na colheita de milho do Extremo Oeste. Por
determinação do governador Carlos Moisés um grupo de monitoramento - com órgãos
do Governo do Estado - foi convocado para monitorar a situação em tempo real
com ações imediatas para mitigar os impactos da estiagem que atinge Santa
Catarina. Nesta terça-feira, 4, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca
e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, visitou alguns municípios atingidos e
apresentou as medidas de apoio do Governo do Estado para minimizar os prejuízos
no meio rural. O roteiro incluiu reuniões com prefeitos e lideranças de
Itapiranga, Mondaí, Riqueza, Caibi e Planalto Alegre.
“Nós estamos percorrendo os municípios do Oeste e Extremo
Oeste focados no atendimento aos agricultores prejudicados pela estiagem. Em
dezembro nós tivemos um déficit hídrico de até 80% o que afetou diretamente a
agropecuária catarinense. Em 2021, nós investimos R$ 100 milhões para apoiar a
construção de sistemas de captação, armazenagem e uso de água, o que se mostrou
uma ação certeira e diminuiu a demanda nos municípios. Vamos continuar
investindo, serão mais R$ 100 milhões em 2022 para que o Programa SC Mais Solo
e Água não pare e que mais produtores sejam beneficiados”, destaca o secretário
Altair Silva.
A estiagem é causada pelo baixo volume de chuvas nas regiões
Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. A média atual de
precipitações nesses locais é de, respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros -
sendo que o esperado seria uma média em torno de 150 mm. Ou seja, há um déficit
de água de 130 milímetros no Extremo Oeste.
A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na
safra de milho - tanto milho grão quanto silagem - que deve impactar
diretamente as cadeias produtivas de carne e leite. Só no município de
Itapiranga, as estimativas são de uma quebra de 35% na produção esperada de
milho grão e de 20% na colheita de soja.
O prefeito de Itapiranga, Alexandre Ribas, explica que mesmo
com um sistema robusto de tratamento e distribuição de água potável, o
município vem enfrentando dificuldades para abastecer o meio rural. Devido à
falta de chuvas, os agricultores estão utilizando essa água tratada para
alimentar os animais e para minimizar as perdas nas plantações, causando uma
sobrecarga no sistema.
Os encontros nos municípios contam ainda com a presença da
equipe local da Defesa Civil e da Epagri, que reforçam a importância dos
decretos de emergência, além do apoio dado aos produtores rurais na elaboração
de laudos para liberação do Proagro.
Ações para minimizar os impactos da estiagem
A Secretaria de Estado da Agricultura mantém programas
especiais para aumentar a resiliência hídrica em Santa Catarina e minimizar os
impactos das estiagens recorrentes.
Em 2021, por meio do Programa SC Mais Solo e Água, o Governo
do Estado investiu R$ 100 milhões em financiamentos sem juros ou subvenção aos
juros de financiamentos para apoiar a construção de sistemas de captação,
armazenagem e distribuição de água no meio rural. Além da transferência de
recursos para os municípios adquirirem equipamentos.
Foram 2,4 mil produtores beneficiados e serão 100 prefeituras
atendidas. O Programa contará com mais R$ 200 milhões em investimentos nos
próximos 2 anos.
Além disso, a Secretaria da Agricultura destinou R$ 4,5
milhões para aquisição de 126 distribuidores de água que foram cedidos para os
municípios de Santa Catarina ao longo do último ano.
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