O secretário de
Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, se reuniu na tarde desta
terça-feira, 9, com os promotores de Justiça João Luiz de Carvalho Botega e
Marcelo Brito de Araújo. O encontro, realizado na sede da Secretaria de Estado
da Educação (SED), teve como objetivo apresentar o panorama geral das escolas
estaduais e avaliar a situação das aulas presenciais.
Foram apresentados
aos promotores alguns dados sobre o acompanhamento que a SED realiza junto às
1065 escolas da rede estadual, com o objetivo de ter o controle das informações
para tomar as decisões. Atualmente, há 11 escolas da rede (1,03%), que
suspenderam as atividades presenciais por casos suspeitos ou confirmados de
Covid-19, de forma que esses alunos e professores passaram para o modelo 100%
remoto temporariamente.
Conforme o Plano de
Contingência (PlanCon Edu), a Vigilância Epidemiológica é o órgão que irá
orientar e estabelecer as medidas sanitárias que devem ser adotadas nas
unidades de ensino. A escola deve ser comunicada imediatamente se acontecer
algum caso de Covid-19 na família dos estudantes ou professores, para poder
acionar de forma imediata a Vigilância Epidemiológica e acompanhar as pessoas
que tiveram contato.
Para preservar a
vida dos profissionais de educação e manter a segurança em sala de aula, a
orientação é afastar os servidores que apresentem sintomas gripais. Nesta segunda-feira,
08, entre os cerca de 35 mil profissionais de educação da rede estadual, havia
13 servidores afastados por confirmação de Covid-19 e 495 servidores afastados
preventivamente por suspeita de contaminação do vírus, que somados representam
1,25% do total de docentes.
Luiz Fernando
Vampiro destacou que o planejamento de retomada das aulas da rede estadual tem
como pilar a segurança, e que o atendimento pelo canal 0800 644 7890 foi
ampliado para que a comunidade informe sobre os ajustes necessários nas
escolas. “As escolas não são imunes à Covid-19, mas adotamos regramentos bem
definidos e investimentos de mais de R$ 8 milhões em EPIs para que sejam um
lugar seguro para professores e alunos”.
O promotor de
Justiça João Botega ressaltou que Santa Catarina tem um regramento completo,
seguro e referência para o Brasil, frisando que o retorno não é perfeito, mas é
o mais seguro possível. “O Ministério Público compreende o momento crítico da
pandemia, por isso não abre mão do cumprimento de qualquer medida de segurança
sanitária. As Promotorias de Justiça de todas as comarcas do Estado estão
atuando com afinco no sentido de fiscalizar e garantir a aplicação rigorosa dos
planos de contingência. O Ministério Público tem exigido e reforçado que, em
caso de restrições, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a
abrir”.
Maioria das escolas atende no
modelo misto
Conforme o
acompanhamento da SED, a maior parte das unidades da rede estadual, 761
unidades (71,45%), atende pelo modelo misto, com atividades divididas entre o
“Tempo Casa” e o “Tempo Escola”. Há alternância entre os alunos para garantir o
distanciamento dentro da sala de aula e o cumprimento das demais medidas
sanitárias estabelecidas no PlanCon.
Em escolas menores,
geralmente com até 200 alunos matriculados, é possível atender no modelo 100%
presencial, com todos os alunos em sala mantendo o distanciamento. É o caso de
31 unidades (2,91%) da rede estadual. Em outras 69 unidades (6,47%), segue o
ensino 100% remoto por conta de dificuldades da infraestrutura ou porque o
processo para contratação de pessoal está sendo finalizado.
Além disso, o secretário reforçou que alguns municípios estabeleceram decretos restringindo as atividades escolares presenciais e que a SED tem respeitado essas decisões, inserindo os alunos no ensino remoto durante esse período. Porém, observou que houve redução de 25% para 18% de escolas da rede estadual afetadas pelos decretos, de forma que há um maior número de alunos nas aulas presenciais.
Escolas no modelo misto (Tempo Casa e
Tempo Escola) |
761 |
Escolas no modelo 100% remoto (por conta
de infraestrutura ou pessoal) |
69 |
Escolas no modelo 100% remoto (por casos
confirmados ou suspeitos de Covid-19) |
11 |
Escolas no modelo 100% remoto (por conta
de decretos municipais) |
193 |
Escolas no modelo 100% presencial |
31 |
Manutenção das aulas presenciais
para o cumprimento da lei
Durante a reunião,
ambos reforçaram a necessidade de manter as aulas presenciais na rede pública,
criando uma opção para os pais e cumprindo a Lei 18.032, que estabelece as
aulas presenciais como serviço essencial em Santa Catarina. A orientação é que
elas sejam mantidas e que as equipes atuem pontualmente nos locais onde houver
suspeita de casos de Covid-19.
Essa é uma das
medidas previstas no PlanCon Edu, construído ao longo de 2020 em conjunto por
15 entidades, incluindo a Secretaria de Estado da Educação, o Ministério
Público, a Secretaria de Estado da Saúde, a Defesa Civil, entre outras
entidades e sindicatos. O documento estabelece as diretrizes para o retorno
seguro das aulas presenciais, teve adaptação para a especificidade de cada
escola e está disponível para acesso público neste link.
O secretário
lembrou que o retorno presencial não é obrigatório, já que os pais podem optar
por manter os filhos no ensino remoto. Para atender esse público, apresentou
aos promotores mais detalhes sobre o Núcleo de Atendimento Remoto, que iniciou
nesta segunda-feira, 08, a semana de acolhimento dos alunos e apresentação
dessa nova modalidade, com foco em aperfeiçoar o ensino remoto em Santa
Catarina.
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