O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu
denúncia contra os seis Policiais Militares que participaram de uma ação no
Município de Mafra que resultou em uma mulher ferida com gravidade na perna. A
denúncia foi por lesão grave, crime previsto no Código Penal Militar.
A ação foi ajuizada pela 5ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital,
que atua perante a Justiça Militar. De acordo com o Promotor de Justiça Raul
Rogério Rabello, o suposto crime foi agravado por ter incapacitado a mulher por
mais de 30 dias e por ter sido praticado em serviço e com abuso de poder.
A denúncia do Ministério Público relata que uma guarnição composta por
três dos denunciados teria deparado com uma motocicleta suspeita. Ao receber
ordem de parada, o motorista teria se evadido e dirigido até sua casa, no que
foi seguido pelos policiais.
Em razão dos barulhos ocasionados pelo atendimento da ocorrência, alguns
vizinhos foram acompanhar os fatos, momento em que a guarnição solicitou apoio
ao COPOM. Mais três policiais chegaram ao local atendendo ao chamado e, devido
do tumulto, teriam utilizado spray de pimenta para dispersar os moradores.
Foi, então, dada voz de prisão por desacato a três moradores, entre eles a
vítima, que, supostamente imobilizada sem a devida técnica e de forma
incorreta, recebeu um golpe em suas pernas e caiu, fraturando o membro inferior
esquerdo e lesionando o nariz.
Para o Promotor de Justiça, o policial que atingiu a mulher teria
utilizado força desproporcional, ofendendo a integridade corporal da vítima de
maneira desnecessária e manifestamente arbitrária. Já os demais policiais
teriam concorrido à suposta prática criminosa, inclusive utilizando spray de
pimenta contra todos os populares no local, sem motivo justificado, dando
guarida à ação um do outro, visto que podiam e deviam agir diferentemente.
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