Em sessão virtual,
o plenário do Senado aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (6) o projeto
de socorro aos estados e municípios, com as mudanças feitas pela Câmara. A
proposta destina repasses de 60 bilhões e suspensão de dívidas que elevam o
impacto total a R$ 120 bilhões a estados e municípios, durante a pandemia
do coronavírus. Projeto vai à sanção do presidente Jair
Bolsonaro.
O projeto já havia
passado pelo Senado, mas como sofreu alterações de mérito na Câmara teve de
voltar para o crivo dos senadores. A Câmara blindou mais categorias de servidores públicos
do congelamento dos salários previsto no projeto. Até policiais legislativos,
que não têm atividade ligada ao combate da covid-19, ficaram de fora do
congelamento, mostrando a força de pressão da área de segurança junto ao
Palácio do Planalto e o Congresso.
O congelamento era
contrapartida para a aprovação do socorro de R$ 60 bilhões para estados e
municípios enfrentarem a doença e a perda de arrecadação com a paralisação da
economia por causa do isolamento social. Pelo texto, o congelamento vai até 31
de dezembro de 2021.
Mas o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu nesta quarta-feira deixar os
professores de fora do grupo de servidores que não poderá ter reajuste salarial
até 2021. Alcolumbre voltou a incluir os policiais legislativos entre as categorias
sem possibilidade de aumento no período.
Ele também manteve
entre as carreiras poupadas do congelamento militares das Forças Armadas,
agentes da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, guardas municipais,
agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de assistência
social, além dos profissionais da saúde que atuam no combate à covid-19.
Apesar do recuo em
relação aos servidores da educação, que atende parcialmente mudanças feitas na
Câmara, Alcolumbre reclamou que os deputados fizeram um gesto "no sentido
contrário" ao salvar categorias do congelamento. "Infelizmente a votação
da Câmara só trouxe mais conflitos", disse antes de apresentar formalmente
o parecer. Ele ponderou, no entanto, que o Senado é a Casa do equilíbrio e que
buscaria a conciliação.
Em sua fala,
Alcolumbre também chamou a atenção para a necessidade de equilíbrio fiscal para
o período pós-pandemia. "Como vamos enfrentar os desafios depois da
pandemia se deixarmos de lado o equilíbrio fiscal?", questionou.
Alcolumbre disse, ainda, que milhões de pessoas no Brasil perderam direta ou
indiretamente o sustento durante a pandemia, além de outros milhões não terem
saneamento básico, nem condição de se alimentar.
As mudanças na
proposta de congelamento dos salários dos servidores introduzidas na Câmara
reduziram para apenas R$ 43 bilhões a economia que será obtida nas contas
públicas de União, estados e municípios.
A proposta inicial
negociada com o relator do projeto de auxílio emergencial dos estados e
municípios no Senado, Davi Alcolumbre, era de uma economia de R$ 130 bilhões em
18 meses - R$ 98 bilhões para Estados e municípios e R$ 32 bilhões para o
governo federal. Na votação do Senado, a economia caiu para R$ 93 bilhões e,
ontem, na votação da Câmara, ficou em R$ 43 bilhões.
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