Na quarta-feira (11), o Senado aprovou um projeto
que altera a Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. A proposta segue para
sanção do presidente Jair Bolsonaro. O texto foi aprovado pela
Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado e seguiu para o plenário.
Como os parlamentares aprovaram regime de urgência, o texto foi votado na
sequência.
A proposta chegou ao Senado em 2016, após ter sido aprovada
pela Câmara dos Deputados. O texto, porém, não foi analisado pelos
senadores desde então porque não havia acordo sobre a redação a ser aprovada.
Entre outros pontos, o projeto permite às concessionárias de telefonia
fixa a mudança de contrato de concessão para autorização, estabelecendo o mesmo
tipo de contrato na prestação de telefonia celular.
Na prática, com a mudança de contrato, as empresas deixarão de ter
obrigações previstas no regime de concessões, como investimentos em telefones
públicos, os “orelhões”.
As empresas argumentam que esses investimentos podem ser direcionados para
a instalação de fibra ótica, aumentando a oferta de internet de alta
velocidade, por exemplo.
Contratos
As empresas com contratos de concessão atualmente são Oi, Telefônica,
Embratel, Sercomtel e Algar. Os contratos têm vigência até 2025. O projeto
aprovado é considerado essencial para a Oi, atualmente em processo de
recuperação judicial.
Para converter os contratos, as empresas se comprometerão a fazer
investimentos em internet banda larga em regiões sem interesse econômico, como
pequenas cidades do interior do país.
De acordo com o projeto:
- o valor a ser investido será calculado pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel);
– O cálculo levará em conta o valor dos bens reversíveis – patrimônio das
concessionárias, mas que teriam de ser devolvidos para a União ao final da
concessão;
– Também deverá considerar a economia com obrigações antes previstas no
regime de concessão, como a instalação de orelhões.
Relatora da proposta, a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) afirmou que não
há estimativa sobre qual valor as empresas terão de investir.
Segundo ela, esse cálculo será feito pela Anatel, como previsto no projeto
de lei. “Existe o cálculo superestimado, de R$ 100 bilhões, o subestimado, de
R$ 18 bilhões. A Anatel fará esse cálculo”, disse.
Outros pontos do projeto
O projeto aprovado pelo Senado também prevê:
– As empresas do setor poderão comercializar entre si as radiofrequências
usadas no serviço de telefonia (a transferência dependerá do aval da Anatel);
– Ficará autorizada a prorrogação ilimitada do direito de uso de
radiofrequência (as sucessivas prorrogações ocorrerão por períodos de até 20
anos, com isso, as empresas de telefonia não terão que disputar novamente essas
frequências quando o prazo de autorização vencer);
– As emissoras de rádio e televisão ficam desobrigadas de contribuir para
o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações.
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