O Senado aprovou na
terça-feira (19), um projeto de lei que adia a realização do Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem) em virtude da pandemia do novo coronavírus. O Projeto teve
75 votos favoráveis e um voto contrário. No projeto não há um novo prazo para
realização das provas, ficando dependente da evolução da situação
epidemiológica. O texto segue para a Câmara.
O Enem teve, até
agora, 3,5 milhões de inscrições , e o ministro da Educação, Abraham Weintraub,
defende a realização da prova na data prevista. Segundo o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as inscrições vão até
a próxima sexta-feira (22). As provas do Enem estão marcadas para 1º de
novembro (linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; ciências humanas e
suas tecnologias) e 8 de novembro (ciências da natureza e suas tecnologias;
matemática e suas tecnologias). Também serão previstas provas digitais, nos
dias 11 e 18 de outubro.
Em seu relatório, o
senador Izalci Lucas (PSDB-DF) defendeu o adiamento da prova para garantir a
igualdade de condições entre candidatos. “Lembremos, que nossos alunos
das escolas públicas não tiveram sequer dois meses de aula completados neste
ano letivo. Seria muito injusto submetê-los à já desigual concorrência que
caracteriza os processos de acesso à educação superior”, disse.
Izalci também citou
a situação das universidades, principalmente as públicas. Para ele, não adianta
realizar uma prova de acesso às universidades sem saber em que condições elas
estarão no primeiro semestre do ano que vem. “O ambiente de incerteza que
nos atinge também condiciona as suas atividades. Elas só abrirão novas vagas
quando dispuserem de todos os meios para tanto”, ressaltou o senador.
A autora do
projeto, Daniella Ribeiro (PP-PB), destacou que muitos estudantes não conseguem
estudar em casa por falta de recursos técnicos ou por ter que cuidar da
família. “Quantos têm condições de pagar uma plataforma de streaming,
um EAD [ensino à distância]? Que possamos colocar rostos nessas pessoas que
estão em casa, cuidando de irmãos pequenos, em casas com cinco, seis pessoas e
não têm um espaço para estudarem sozinhos”, relata.
O presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, reconheceu os esforços do líder do governo na Casa,
Fernando Bezerra (MDB-PE), mas afirmou que a posição da maioria das lideranças
no Senado se posicionava a favor da votação e aprovação da matéria. “A
gente não tinha como não tomar essa decisão, até porque foi por praticamente a
unanimidade dos líderes. Ressalvando as ponderações do ministro, precisávamos
deliberar um assunto que tinha a unanimidade dos partidos”, ressaltou Davi.
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