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A demanda no setor
de serviços aumentou pelo quarto mês consecutivo, com ganho acumulado de 3,3%
nesse período. De acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços,
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), agosto
registrou crescimento de 0,7% no volume da procura, quando comparado ao mês de
julho. Na série anterior, o aumento identificado foi de 1,3%.
O responsável do
IBGE pela pesquisa, Luiz Almeida, contextualiza essa sequência de resultados
positivos. “A última vez que isso havia acontecido foi no ano passado, quando
chegamos a cinco meses no campo positivo entre abril e agosto. No mês anterior,
o setor estava 1,5% abaixo do pico da série e, em agosto, ele se aproxima ainda
mais, ficando no ponto mais próximo desse nível desde novembro de 2014”,
explica o analista.
Com isso, o setor opera 10,1% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e fica apenas 0,9% abaixo do maior patamar da série histórica, alcançado em novembro de 2014.
Três das cinco atividades pesquisadas acompanharam o resultado positivo do índice geral. Entre elas, os destaques foram as de outros serviços (6,7%) e de informação e comunicação (0,6%). No mês anterior, o volume do setor de outros serviços havia caído 5,0%. “Esse resultado positivo vem após uma queda, o que não é incomum especialmente no setor de serviços financeiros auxiliares, que teve maior influência sobre esse avanço e também sobre a retração do mês anterior”, destaca Almeida. Os serviços financeiros auxiliares incluem corretoras de títulos, consultoria de investimentos e gestão de bolsas de mercado de balcão organizado.
Essa alta na procura pelo setor de serviços também foi sentida no recorte estadual. Na passagem de julho para agosto, o volume de serviços de 18 das 27 unidades da federação se expandiu. Os maiores impactos vieram de São Paulo (1,6%), seguido por Distrito Federal (5,0%), Minas Gerais (1,0%) e Rio de Janeiro (0,5%).
A empreendedora
Silvia Helena, do setor alimentício e de eventos no DF, já sente as mudanças.
"Após essa pandemia, o comércio tá voltando ao normal. Bom, normal assim,
dos 3 últimos meses pra cá, os antigos clientes estão procurando eventos, não
deixando de ser com o preço mais acessível, né?”, observa. Por outro lado, o
Paraná (-7,1%) exerceu a principal influência negativa, seguido por Goiás
(-3,4%) e Rio Grande do Sul (-1,1%).
Quando comparado a
agosto do ano passado, o volume do setor de serviços cresceu 8,0%, 18ª taxa
positiva seguida nesse indicador. Entre as cinco atividades, a principal
influência veio de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio
(13,6%), setor impactado pelo aumento da receita das empresas de transporte
rodoviário de cargas, rodoviário coletivo de passageiros, aéreo de passageiros,
entre outros.
Serviços x Comércio
Ao contrário do
setor de serviços, o setor de comércio apresentou retração de crescimento no
mês de agosto. Dados do IBGE indicam que o volume de vendas no comércio
varejista nacional variou -0,1% frente a julho. Na série com ajuste sazonal, a
média móvel trimestral foi -0,8%, enquanto na comparação interanual, sem
ajuste, o comércio cresceu 1,6% frente a agosto de 2021. O acumulado no ano foi
de 0,5% e, nos últimos doze meses, de -1,4%.
Tal movimento foi
percebido pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central
(IBC-br), considerado como “prévia do PIB”. O índice apresentou queda de 1,13%
em agosto. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrasel), a redução indica que o forte aumento na taxa básica de juros, a
Selic, e o endividamento elevado da população têm sido obstáculos na atividade
econômica, restringindo a venda de bens.
No entanto, há o
que se comemorar. Em agosto de 2022, na série com ajuste sazonal, cinco das
oito atividades pesquisadas estavam no campo positivo: tecidos, vestuário e
calçados (13,0%); combustíveis e lubrificantes (3,6%); livros, jornais,
revistas e papelaria (2,1%); móveis e eletrodomésticos (1,0%); e hiper,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).
As atividades com
variações no campo negativo foram: equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-1,4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico
(-1,2%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%).
Já os setores adicionais do varejo ampliado apresentaram comportamento
distinto: alta de 4,8% para veículos e motos, partes e peças e queda de 0,8%
para material de construção.
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