Como resultado da Operação Irmandade, o ex-Gerente do IMA e
um servidor público comissionado foram condenados em ação penal ajuizada pelo
Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) na comarca de São Miguel do Oeste
pelos crimes de corrupção passiva privilegiada - quando o funcionário público
pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, cedendo a pedido ou
influência - e advocacia administrativa. O ex-Gerente ainda foi condenado pelo
crime de deixar de cumprir obrigação legal.
As penas
impostas foram de cinco meses e dez dias de detenção para o servidor
comissionado e de um ano e cinco meses e dez dias de detenção para o ex-Gerente
do IMA, em regime aberto, as quais foram substituídas pelo pagamento de oito e
dez salários mínimos a título de prestação pecuniária e prestação de serviços
comunitários, neste caso apenas para o Ex-Gerente do IMA.
O
Ministério Público recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça, uma vez que
Juízo da Comarca absolveu os acusados de uma série de outros crimes
denunciados pela Promotoria de Justiça.
A Operação Irmandade
A
Operação foi deflagrada em maio de 2019 pelo Grupo Especial de Combate às
Organizações Criminosas (GAECO) depois de 10 meses de investigações pela 3ª e
4ª Promotorias de Justiça de São Miguel do Oeste.
A
operação desarticulou uma suposta organização criminosa composta por servidores
do IMA, engenheiros ambientais, despachantes e empresários suspeitos de receber
valores para agilizar e facilitar a aprovação de licenças ambientais em São
Miguel do Oeste.
O nome
"Irmandade" foi dado à operação em função de que em um dos núcleos de
corrupção atuavam dois irmãos - um, servidor do IMA e o outro, engenheiro
agrônomo.
A
investigação concluiu que os processos de interesse do grupo tramitavam em
menos de um terço do tempo levado para os outros pedidos de licenciamento na
Gerência do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina de São Miguel do
Oeste.
Inicialmente
foram propostas duas ações penais. Uma foi essa contra os dois réus condenados.
O outro processo é contra 10 pessoas, entre servidores do IMA, despachantes
ambientais, engenheiros e particulares. Esta segunda ação ainda não foi
julgada.
Com a
continuidade das investigações, em junho de 2021 foram apresentadas outras sete
ações penais. Estas ações estão em fase de notificação dos denunciados para defesa,
num total de 197 fatos criminosos supostamente praticados entre os crimes de
associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, corrupção passiva
privilegiada, lavagem de capitais, falsidade ideológica, prevaricação,
advocacia administrativa, tráfico de influência, apresentação de laudo
ambiental falso ou enganoso, supressão de documentos, deixar de cumprir
obrigação legal.
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