Divulgação/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O Supremo Tribunal
Federal (STF) decidiu nesta sexta-feira (25), por unanimidade, determinar que a
Câmara dos Deputados faça a redistribuição do atual número de cadeiras de
deputados de cada estado. O julgamento foi realizado no Plenário Virtual, em
que os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação
presencial.
Com a decisão, a
Câmara terá até 30 de junho de 2025 para realizar a distribuição das vagas. Se
a Casa não fizer o recálculo, segundo a decisão, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) será incumbido de determinar, até 1º de outubro de 2025, o número de
deputados federais de cada estado e do Distrito Federal para a legislatura de
2027.
Os ministros
acompanharam o voto do relator, Luiz Fux. Segundo ele, o cálculo para atualizar
o tamanho das bancadas estaduais na Câmara deverá levar em conta o número
máximo de 513 deputados e os dados do último Censo.
O STF julgou uma
ação do estado do Pará em 2017. Segundo a procuradoria desse estado, uma lei de
1993 estabeleceu o número mínimo de 8 e máximo de 70 deputados, mas falta
regulamentação de uma lei complementar para definir as regras de acordo com as
mudanças demográficas. O Pará espera ganhar mais quatro vagas com o recálculo.
Atualmente, a bancada do estado é de 18 deputados.
Luiz Fux declara
omissão do Congresso
O ministro Luiz Fux
declarou omissão do Congresso na aprovação da lei para atualizar as bancadas. O
novo número deverá ser baseado no Censo de 2022.
“A omissão
legislativa identificada no caso concreto gera um evidente mau funcionamento do
sistema democrático, relacionado à sub-representação das populações de alguns
estados na Câmara dos Deputados em grau não admitido pela Constituição”,
argumentou o ministro relator.
Santa Catarina
deverá ter mais quatro deputados federais a partir de 2027, enquanto Rio de
Janeiro perderá quatro vagas e o Rio Grande do Sul terá menos duas, na Câmara
Federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para determinar que o
Congresso deve recalcular o número de deputados a que cada estado tem direito.
Confira como
devem ficar as bancadas com o Censo 2022
Estado |
Quantidade atual
deputados |
Quantidade de
deputados (Censo 2022) |
Acre |
8 |
8 |
Alagoas |
9 |
8 |
Amapá |
8 |
8 |
Amazonas |
8 |
10 |
Bahia |
39 |
37 |
Ceará |
22 |
23 |
Distrito Federal |
8 |
8 |
Espírito Santo |
10 |
10 |
Goiás |
17 |
18 |
Maranhão |
18 |
18 |
Mato Grosso |
8 |
9 |
Mato Grosso do Sul |
8 |
8 |
Minas Gerais |
53 |
54 |
Pará |
17 |
21 |
Paraíba |
12 |
10 |
Paraná |
30 |
30 |
Pernambuco |
25 |
24 |
Piauí |
10 |
8 |
Rio de Janeiro |
46 |
42 |
Rio Grande do
Norte |
8 |
8 |
Rio Grande do Sul |
31 |
29 |
Rondônia |
8 |
8 |
Roraima |
8 |
8 |
Santa Catarina |
16 |
20 |
São Paulo |
70 |
70 |
Sergipe |
8 |
8 |
Tocantins |
8 |
8 |
Fonte: Congresso Nacional e STF
Cálculo deveria
valer para câmaras e assembleias
O medo de
enfrentamento com a ótica equivocada de que não é preciso mais vereadores nas
câmaras ou deputados nas assembleias estaduais distorce outra questão: há uma
diminuição da representatividade nas cidades e nos estados. No caso
catarinense, as câmaras devem levar em consideração o número de habitantes para
estabelecer as cadeiras, ou seja, Florianópolis poderia saltar de 23 para 24
parlamentares com o aumento do número de habitantes.
Já a Assembleia Legislativa,
em função do Censo 2022, ganharia novos quatro deputados, teria 44, a partir de
2027. O assunto gerará inevitáveis polêmicas, com o discurso de que o custo
aumenta e que não é necessário. Erro tático, pois deixar o atual número de
parlamentares enquanto a população cresce significa concentrar o poder na mãos
de poucos, sem contar que, no caso do Legislativo Estadual, evita que mais
regiões tenham a oportunidade de eleger seus representantes.
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