O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (esq.), e o presidente do STF, Dias Toffoli (dir.)
O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), informou
ao blog que a Corte deve começar a julgar nesta quarta-feira (26) o decreto do
presidente Jair Bolsonaro que
facilitou o porte de armas.
O decreto foi assinado por Bolsonaro em
7 de maio e, desde então, tem sido alvo de ações na Justiça e de tentativas de
suspensão no Congresso. Em 22 de maio, em meio à polêmica, o governo recuou e publicou um novo
decreto, com regras diferentes. A medida também é alvo de
questionamentos no STF e no Legislativo.
Indagado se há alguma possibilidade de o julgamento
ser adiado pelo Supremo, Toffoli respondeu neste domingo (23): "[O tema]
está na pauta. A princípio, deve der julgado".
No Congresso, o Senado já aprovou um parecer pela derrubada dos dois
decretos assinados por Bolsonaro. Agora, cabe à Câmara
analisar o tema. Enquanto não houver uma decisão dos deputados também favorável
à derrubada, os decretos continuarão valendo.
"A Câmara não tem nada decidido, estamos
dialogando com os líderes. Pode ser votado nesta semana ou na outra",
declarou ao blog o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O parlamentar disse, ainda, que, pelo que tem
conversado com deputados, o decreto também deve ser derrubado na Câmara,
inclusive com o apoio de aliados de Bolsonaro.
Parlamentares da bancada evangélica, uma das principais bases do presidente no
Congresso, afirmam ao blog que "mais de 70%" da bancada deve ser
contra os decretos.
Sóstenes Cavalcante, por exemplo, um dos principais
nomes da Frente Evangélica, disse ao blog que até há certo apoio "porque
são parlamentares evangélicos e da segurança pública", mas a maioria,
segundo ele, é contra. "Somos 108 deputados evangélicos, mas uns 70% são
contrários", destacou.
Julgamento
no STF
As cinco ações na pauta do STF são relatadas pelos ministros
Rosa Weber e Luiz Edson Fachin. O julgamento foi marcado por Toffoli para
permitir que o tribunal analise a questão antes mesmo do recesso do Poder
Judiciário, que começa no dia 1º de julho.
Os partidos Rede, PSOL e PSB acionaram o Supremo no
início de maio, após a primeira versão do decreto, pedindo uma decisão liminar
(provisória) para suspender as regras. Argumentam que o texto fere o princípio
de separação de poderes, uma vez que o tema teria de ser regulado por meio de
lei aprovada pelo Congresso.
Quando o segundo decreto foi editado, a Rede e o PSB
voltaram a apresentar ações no Supremo, afirmando que a inconstitucionalidade
permanece.
O Supremo vai julgar conjuntamente os cinco pedidos.
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