O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta terça-feira (23) para permitir a compra de vacinas contra a covid-19 por Estados e municípios caso as doses ofertadas pelo Ministério da Saúde sejam insuficientes para atender a população local. O julgamento está sendo realizado no plenário virtual e já conta com seis votos para validar liminar do ministro Ricardo Lewandowski, que deu aval para a compra em dezembro do ano passado.
O entendimento que está sendo firmado pela Corte é de que Estados e municípios podem comprar e distribuir vacinas caso o Ministério da Saúde falhe ou seja omisso com o Plano Nacional de Imunização (PNI) ou na hipótese em que a cobertura planejada pela pasta não seja suficiente contra a doença.
O pedido à Anvisa
para importar e distribuir uma vacina já registrada em outro país, no entanto,
só pode ser feito pelas fabricantes — ou seja, um governador não pode tomar
essa iniciativa por conta própria e precisaria aguardar a empresa solicitar a
autorização à agência brasileira para adquirir o imunizante.
Em seu voto,
Lewandowski apontou que embora seja de responsabilidade do Ministério da Saúde
coordenar e definir as vacinas que vão integrar o PNI, tal atribuição não
exclui a competência de Estados e municípios para adaptá-lo às suas realidades
locais.
"Bem por isso,
os entes regionais e locais não podem ser alijados do combate à Covid-19,
notadamente porque estão investidos do poder-dever de empreender as medidas
necessárias para o enfrentamento da emergência sanitária resultante do
alastramento incontido da doença."
Lewandowski foi
acompanhado pelos ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio Mello,
Cármen Lúcia e Dias Toffoli. O julgamento está sendo realizado no plenário
virtual, plataforma na qual os ministros depositam seus votos e manifestações
ao longo de uma semana.
A decisão foi tomada em uma ação movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil contra suposta omissão do governo Jair Bolsonaro em razão da demora em fornecer um plano definitivo nacional de imunização e garantir o efetivo acesso da população à vacina contra a covid-19.
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