O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na quarta-feira
(20) duas ações que contestam a validade de decisões judiciais que determinaram
o bloqueio do aplicativo WhatsApp em todo o país. A decisão da Corte deverá
esclarecer se a Justiça pode impedir o funcionamento temporário do aplicativo
devido à recusa de entrega de informações de usuários investigados por diversos
crimes.
Em todo o país, magistrados determinam a quebra de sigilo de usuários que
são investigados e obrigam o Facebook, que é proprietário do aplicativo, a
repassar os dados das conversas com outros usuários à Justiça. No entanto, o
aplicativo alega que não pode cumprir a decisão porque as mensagens são
criptografadas de ponta-a-ponta, ou seja, não podem ser interceptadas por
terceiros e não ficam armazenadas nos sistemas da empresa.
Ao receber a resposta negativa do WhatsApp, os juízes acabam determinado o
bloqueio do aplicativo, deixando milhões de pessoas sem conexão. As decisões
são amparadas no Marco Civil da Internet, aprovado em 2014. Em um dos artigos,
a norma obriga o provador responsável a disponibilizar os dados após a decisão
judicial.
O Ministério Público e a polícia argumentam que o aplicativo é usado para
a prática de crimes e os ilícitos devem ser impedidos.
As ações que serão julgadas foram protocoladas em 2016 pelo partidos
Cidadania e PL. As legendas sustentam que o aplicativo funciona como um meio de
comunicação e não pode ser interrompido para todos os usuários. Os processos
são relatados pela ministra Rosa Weber e pelo ministro Edson Fachin.
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