O STF (Supremo
Tribunal Federal) rejeitou nesta quarta-feira (17), por 9 votos a 1, o habeas
corpus para retirar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, do inquérito das fake news.
Votaram contra a
retirada de Weintraub os ministros Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar
Mendes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto
Barroso. O único magistrado que concordou com a exclusão do ministro da
Educação foi Marco Aurélio Mello.
O pedido de hebeas
corpus foi protocolado pelo ministro da
Justiça, André Mendonça. Normalmente, pedidos desse tipo
ficam nas mãos da AGU (Advocacia-Geral da União). A estratégia divergente, no
entanto, foi definida no dia 27, durante uma reunião de emergência no Palácio
da Alvorada com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O habeas corpus em
favor de Weintraub também tem como objetivo beneficiar outros investigados no
inquérito das fake news - empresários, blogueiros e ativistas que foram alvo de ofensiva da Polícia
Federal recentemente. A ação contesta a atuação do relator
do caso, Alexandre de Moraes, que se declarou impedido de julgar no caso.
Weintraub passou a
ser investigado no inquérito após declaração durante reunião ministerial no dia
22 de abril, em que pediu a prisão de membros do
Supremo. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos
na cadeia. Começando no STF", afirmou o ministro da Educação na ocasião.
Ao levantar o
sigilo do vídeo da reunião ministerial, Celso de Mello apontou aparente
"prática criminosa" cometida por Weintraub. Segundo o decano, a
"gravíssima aleivosia" feita por Weintraub, "num discurso
contumelioso e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral" dos ministros,
põe em evidência que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra
(como o crime de injúria). Mello ainda determinou que se oficie todos os ministros
do STF sobre o fato, enviando a eles cópia de sua decisão, para que possam,
"querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes".
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