A suspensão pela AstraZeneca de
uma vacina experimental contra o coronavírus após um participante
adoecer é um alerta, mas não deve desencorajar os pesquisadores, disse a
cientista-chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde), Soumya Swaminathan,
nesta quinta-feira (10).
"Este é um alerta para reconhecer que há altos e baixos no desenvolvimento clínico e que temos que estar preparados", disse Swaminathan em entrevista coletiva virtual de Genebra. "Não devemos desanimar. Essas coisas acontecem."
Governos do mundo todo esperam por uma vacina para ajudar a acabar com a pandemia de covid-19, que causou mais de 900 mil mortes e turbulência econômica global, e a OMS havia indicado a candidata da AstraZeneca, que está sendo desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, como a mais promissora.
No entanto, a
farmacêutica suspendeu os testes de estágio final de sua vacina potencial esta
semana depois que um participante do estudo no Reino Unido ficou doente.
Segundo reportagens, a pessoa estaria sofrendo de sintomas associados a um raro
distúrbio inflamatório espinhal.
"É uma corrida contra este vírus e é uma corrida para salvar vidas. Não é uma corrida entre empresas e não é uma corrida entre países", acrescentou o chefe de emergências da OMS, Mike Ryan, na entrevista.
Mais de 27,95 milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo, de acordo com uma contagem da Reuters.
A epidemiologista
da OMS Maria Van Kerkhove disse que há uma combinação de fatores ajudando a
reduzir as taxas de mortalidade na Europa, incluindo a descoberta de casos mais
cedo e um melhor atendimento clínico.
“Sabemos que uma
intervenção precoce no primeiro ponto de entrada... salvará vidas. Além disso,
estamos em uma posição melhor para evitar que o vírus infecte populações
vulneráveis”, disse ela, alertando, no entanto, que os efeitos a longo prazo da
doença ainda não são conhecidos.
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