A Epagri e os apicultores estão de olho no reinado das
colmeias. Para elevar a produção e tornar a atividade ainda mais sustentável,
novas abelhas rainhas são introduzidas para assumir o comando. Elas são jovens
e selecionadas a partir de características como alta produtividade, resistência
a pragas e doenças e comportamento higiênico, reduzindo significativamente a
mortalidade das colônias no inverno. A tecnologia é resultado de pesquisas da
Epagri, que selecionou as rainhas em parceria com os apicultores e, desde 2014,
realiza capacitações na área.
Uma colmeia com rainha nova produz aproximadamente 30% a mais de mel.
Quando a rainha é jovem e selecionada, a produção pode aumentar em até 200%. A
Epagri estima que essa tecnologia tenha sido aplicada por cerca de 3 mil
apicultores em 12 mil colmeias do estado em 2019, gerando um incremento de 64t
de mel, que equivalem a cerca de R$ 932 mil.
Outra vantagem é que, com rainhas jovens e selecionadas, o índice de
infestação pelo ácaro Varroa destructor cai de 6% para apenas 1% a 2%. Essa é
uma das práticas recomendadas para manter a sanidade dos apiários, dispensando
o uso de produtos para controlar pragas e doenças e garantindo um alimento mais
seguro. O meio ambiente ainda sai ganhando com o aumento da população de
abelhas para a polinização.
Programa do Estado oferece subsídio pra a
compra de abelhas rainhas
A apicultora Fabrícia Wernke, de Orleans, gera uma renda extra com a venda
de rainhas dentro e fora do programa. Ela tem mil colmeias para produção
orgânica de mel e sabe da importância dessa tecnologia. “Todos os anos, analiso
o resultado de cada colmeia e, se a produção não vai bem, substituo a rainha.
Agora também forneço para outros produtores”, conta. Em 2019, a família vendeu
1,4 mil princesas, rainhas e núcleos. “Isso nos impulsiona e ajuda a permanecer
no setor”, diz.
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