Numero de manifestações deve aumentar por causa da crise socioeconômica
Em poucos momentos
da história recente do Brasil houve uma onda tão grande de angústias e
apreensões como a que está em andamento agora. Devido à pandemia do novo
coronavírus, muitos brasileiros lidam com o luto pela perda de entes queridos,
enquanto outra parcela significativa da população sofre com a falta de renda ou
de condições mínimas para subsistência. Paralelo aos dramas pessoais, é cada
vez maior o descontentamento da sociedade com os agentes políticos pelas
estratégias adotadas por eles para enfrentar a crise sanitária. Juntos, esses
dois ingredientes — sensação de impotência e insatisfação generalizada — podem
criar o clima perfeito para que, nos próximos anos, o país presencie uma leva
de pulsantes manifestações populares.
Independentemente do retrato final que o novo coronavírus deixar no Brasil, seja pelo expressivo número de mortes, seja pelo forte impacto na economia — ou por uma devastadora crise socioeconômica causada pela junção dos dois fatores —, é provável que, após o surto da covid-19, a população ainda carregue efeitos colaterais por conta da pandemia. E será essa comoção coletiva o principal motor para que os brasileiros saiam às ruas para reivindicar algum direito ou promover protestos políticos.
“As manifestações ocorrem a partir das angústias vividas por cada um. Hoje, há muita ansiedade entre a população de qual será o desfecho da pandemia. De um lado temos o público com medo das consequências em relação à saúde pública, por conta das mortes, e do outro temos aqueles que temem uma crise econômica, por não terem emprego. Para qualquer um dos lados, essa crise deixará reflexos psíquicos, que farão com que as pessoas sintam-se pressionadas a sair para as ruas e protestar”, analisa o médico psiquiatra e professor colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Luan Diego Marques.
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