Tite reconhece gravidade de denúncias contra Caboclo, mas diz: 'Não é da nossa alçada'

Tite e o auxiliar Cléber Xavier, em entrevista coletiva nesta segunda-feira — Foto: Reprodução / CBF TV

Tite e o auxiliar Cléber Xavier, em entrevista coletiva nesta segunda-feira — Foto: Reprodução / CBF TV

07/06/2021 - 16h49

Um dia após o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF por 30 dias, o técnico Tite, da seleção brasileira masculina de futebol, disse saber a gravidade das denúncias de assédio sexual e moral ao dirigente, mas evitou comentar o assunto.

Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, Tite foi questionado sobre o caso e afirmou: "Eu compreendo a pergunta. Sabemos a dimensão que tem, a gravidade do caso, temos consciência disso. Agora, existe um Comitê de Ética da CBF que toma as devidas providências. Não é da nossa alçada", comentou.

Nos últimos dias, o treinador foi alvo de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que atribuíram a ele a possibilidade de os jogadores da Seleção se recusarem a disputar a Copa América. Entre os críticos estiveram o senador Flávio Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão.

Questionado sobre estas críticas, Tite se esquivou: "Vou falar sobre o meu juízo e o que a minha escala de valores dizem. Tenho muito respeito ao meu trabalho, à seleção brasileira, a esse momento da Copa do Mundo e de Eliminatórias. E a melhor maneira de retribuir o carinho das pessoas que me apoiam e ao respeito do que estão contra é fazer o meu melhor trabalho possível. É nisso que vou me ater", argumentou.

Tite também foi perguntado se o treinador de uma seleção nacional precisa estar alinhado ao governo do país. "Técnico de futebol tem que estar alinhado com o futebol", opinou.

Após dias de debates e incertezas, os jogadores da Seleção decidiram disputar a Copa América, no Brasil. A estreia será domingo, contra a Venezuela, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Porém, Tite evitou falar sobre o tema, que só será comentado por ele por jogadores depois do jogo desta terça-feira, contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. O duelo acontece às 21h30 (de Brasília), em Assunção.

"O tempo das manifestações é o nosso tempo, o que nós entendemos ser correto, quando falo nós, é comissão técnica e atletas. Temos orgulho muito grande da conduta que temos, do respeito que temos a esse momento e ao nosso. Quero sim, estar de corpo e alma, fazendo o melhor trabalho possível. Queremos jogar bola e fazer um grande jogo contra o Paraguai", colocou o treinador.

O treinador afirmou que não foi ameaçado de demissão por Rogério Caboclo e voltou a dizer que está "em paz" no comando da Seleção.

Apesar de tentar afastar a crise na CBF do dia a dia da Seleção, Tite admitiu que tanta turbulência atrapalha a preparação da sua equipe:

"Ela tem sido bastante difícil, porque o momento social é esse. As pessoas acham que temos que ter opinião para tudo. Nós temos que ter capacidade e lugar de fala sobre o que nos diz respeito. É isso o que fazemos com muito amor e paixão. Nós temos dito que temos uma capacidade e inteligência emocionais muito grandes, para saber filtrar as situações, ter tranquilidade, sensatez, apesar das provocações que fazem. Claro que atrapalha, sim, é desafiador. Vamos precisar disso de novo no jogo contra o Paraguai, essa abstração e foco. Externo isso de forma pública o que falei a eles", disse Tite.

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  • Jornal Regional
  • FONTE
  • GE



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