O ministro da
Cidadania, Onyx Lorenzoni, afirmou na manhã desta terça-feira (7) que uma parte
dos trabalhadores informais deve começar a receber o auxílio de R$ 600 até
quinta-feira (9), "se tudo correr bem". A estimativa é que o primeiro
pagamento seja feito a 10 milhões de pessoas. O volume total a ser pago é de R$
98 bilhões em auxílio e o governo estima que seja pago nos próximos 45 dias.
"Em relação a
esses 10 milhões, eles estão no cadastro único, excetuando Bolsa Família,
elegíveis perante a legislação. Ao longo do dia, haverá um refinamento, o
número preciso será enviado a Caixa, que vai fazer o processamento, e na
quinta-feira, se Deus quiser, fazer o crédito", explicou o ministro da
Cidadania.
Lorenzoni afirmou
que o aplicativo já está disponível no Google play e na Apple para ser baixado.
"Houve um acordo com as operadoras para que o aplicativo pudesse ser
baixado sem nenhum custo pelas pessoas", diz. O ministro estima ainda que
entre 15 milhões a 20 milhões baixem a ferramenta e disse ainda que mesmo sem
crédito no celular é possível baixar a ferramenta.
"Há um anúncio
de que já temos 600 mil pessoas que se cadastraram até o momento", afirmou
Lorenzoni. "Ao longo do dia isso vai crescer exponencialmente. Fizemos um
esforço para reunir todas as bases disponíveis para encontrar e fazer o que
determina a lei, que é complexa, para que façamos esse pagamento com segurança
para quem recebe."
O ministro da
cidadania acredita que, a princípio, o auxílio por 90 dias deve ser suficiente
para dar assistência aos trabalhadores durante o período em que o governo
acredita durar a pandemia.
O presidente da
Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, explicou que existem no Brasil 30
milhões de pessoas sem acesso a contas. "Queremos colocá-los nas contas
digitais com criação de graça, DOCs, pagamentos, tudo de graça. Isso é
inclusão", disse. Guimarães afirmou que haverá um cronograma para o saque
o pagamento. "Esta é uma dinâmica que busca equilibrar economia com
saúde."
"No início, as
pessoas não poderão sacar todo o dinheiro. Não queremos corridas para as
lotéricas", explicou o presidente do banco. As outras operações estarão
disponíveis.
O presidente da
Caixa explicou que serão pagaos, no primeiro momento, os correntistas do Banco
do Brasil e os poupadores da Caixa. "Os outros começam a ser pagos na
próxima terça-feira. [...] Por uma questão operacional como foi no saque
imediato. Dos 60 milhões que pagamos no saque imediato, 15 milhões eram
correntista da Caixa e receberam em agosto. O restante recebeu de setembro a
dezembro", disse ele.
Guimarães estimou
que entre 1 e 2 milhões de clientes vão receber a partir de quinta-feira (9).
"Para fazer esse cruzamento, precisamos da base que vamos receber nesta
tarde", explicou. "Não podemos realizar pagamentos indevidos. Ainda
mais esse primeiro pagamento é o mais complicado porque depois que essa base
estiver batida, é só uma questão operacional."
Desafio do governo
O presidente sancionou no dia 1º
de abril o projeto que prevê auxílio emergencial de R$ 600
mensais durante três meses para trabalhadores informais, autônomos e outros
trabalhadores, como os que têm contrato intermitente.
O maior desafio ao
pagamento do auxílio, segundo fontes do governo, será o que foi considerado um
"colossal desafio logístico" , pois os informais que foram objetivo
prioritário do auxílio emergencial não estão registrados no cadastro único.
Os pagamentos
estavam previstos para começar em 16 de abril e irão acontecer primeiro aos
integrantes do Bolsa Família e aos registrados do Cadastro Único.
Apelidada de
"coronavoucher", a ajuda deverá beneficiar 30 milhões de brasileiros,
com pagamento mensal de R$ 600 durante três meses. O custo previsto é de R$ 60
bilhões.
Regras
Para receber o
auxílio, o trabalhador não pode ter aposentadoria, seguro-desemprego ou ser
beneficiário de outra ajuda do governo. Também não pode fazer parte de programa
de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família.
Segundo o projeto,
até dois membros da família terão direito ao auxílio. Se um deles receber o Bolsa
Família, terá que optar pelo benefício que for mais vantajoso.
O pagamento será
feito pela Caixa de forma escalonada, como foi o do saque imediado do FGTS.
Clientes do banco terão o dinheiro depositado diretamente nas suas contas. Já
correntistas de outras instituições poderão optar por transferir os valores
para suas contas sem a cobrança da transferência.
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