Mais de três anos se passaram desde que a madrugada do dia
29 de novembro de 2016 mudou completamente a vida de dezenas de famílias e
chocou o país inteiro. Naquela noite o avião que levava a delegação da
Chapecoense para Medellín caiu pouco antes de pousar na cidade colombiana para
a final da Copa Sul-Americana e causou 71 mortes.
Em mais de três anos, foram
muitas idas e vindas no Tribunal e as famílias continuam tentando apontar os
responsáveis pelo acidente.
Nesta terça-feira (11), a CPI
instaurada pelo Senado, presidida pelo senador catarinense Jorginho Mello e
como relator o senador Izalci Lucas, ouviu o procurador da República Carlos
Humbero Prola Júnior, do MPF (Ministério Público Federal) em Chapecó. De acordo
com ele, na próxima quinta-feira (13), haverá uma reunião, a pedido de um grupo
liderado pela seguradora Tokio Marine, com o objetivo de buscar um acordo para
que as famílias sejam indenizadas.
No ano passado, o MPF ajuizou
uma ação civil pública que pede a condenação dos réus o pagamento de uma
indenização no valor de 300 milhões de dólares por danos morais e materiais.
Além disso, requereu o bloqueio de R$ 52 milhões das empresas subsidiárias
brasileiras das corretoras e seguradoras que se recusam a pagar as indenizações
do acidente.
Nesta ação civil pública
movida pelo Ministério Público Federal aparecem como réus, além da empresa
LaMia, as seguradoras Tokio Marine Kiln e Bisa Seguros y Reaseguros, e os
grupos econômicos da corretora Aon.
Investigação aponta que
operações da LaMia poderiam ter sido suspensas caso seguradoras tivessem
informado problemas de pagamento às autoridades
A investigação do MPF aponta
que as seguradoras e resseguradoras sabiam das condições financeiras precárias
da LaMia. Em e-mails trocados entre uma das proprietárias da companhia aérea e
representante da Aon Uk, que atuava como corretora do seguro, ficam claras as
condições vulneráveis às quais os clientes da empresa estavam sendo submetidos.
Uma apólice de seguro foi
emitida para que a LaMia pudesse retomar as operações, porém, com valor muito
baixo – saindo dos US$ 300 milhões para apenas US$ 25 milhões – e ainda com
cobertura limitada, excluindo, por exemplo, o transporte de equipes de futebol,
serviço prestado frequentemente pela empresa. Ou seja, as empresas fecharam um
acordo de seguro que não contemplava parte fundamental dos clientes atendidos.
A ação do MPF mostra que as
seguradoras tentam se isentar da responsabilidade pelo pagamento das
indenizações e ressarcimento às famílias dos mortos no acidente e das vítimas
que sobreviveram à queda do avião.
A investigação aponta que as
apólices foram emitidas de maneira irresponsável apenas para garantir a
operação da LaMia, sem que proporcionasse a cobertura necessária. Além disso,
mostra que as seguradoras não informaram à Direção Geral de Aeronáutica Civil
da Colômbia supostos atrasos no pagamento da apólice, o que teria feito com que
a LaMia tivesse as operações e autorizações de voos suspensas.
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