Mesmo com o
adiamento das eleições municipais deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
segue implementando novas medidas para garantir a segurança dos eleitores
devido à pandemia da Covid-19. Para isso, a corte firmou acordo de consultoria
sanitária com a fundação Fiocruz e os hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein
sobre as medidas que serão adotadas no pleito.
A primeira
recomendação das entidades já foi seguida pelo presidente do TSE, ministro Luís
Roberto Barroso,e se refere a exclusão da identificação biométrica nos dias das
votações. Na tomada dessa decisão, os infectologistas afirmaram que a identificação
por ser digital pode aumentar as possibilidades de infecção, já que o leitor
biométrico não pode ser higienizado com frequência. Além disso, segundo os
especialistas, falhas na biometria podem ocasionar aglomerações.
A sociedade civil
também participa e sugere medidas para a realização de eleições mais seguras. O
projeto Eleições Seguras, composto por 10 organizações
não governamentais, integra essas discussões.
Igor Pantoja,
assessor de mobilização da Rede Nossa São Paulo, uma
das entidades que compõe o Eleições Seguras, diz que o adiamento das eleições
deste ano é positivo, mas afirma que ainda são necessárias mais ações para
permitir uma votação segura. Ele defende a flexibilização dos horários e
locais.
“Talvez ampliar a
votação das 7h às 19h, ao invés de se encerrar às 17h. Ter horários específicos
para determinados públicos e garantir também maior segurança por conta da
Covid-19.”
O infectologista
Alexandre Cunha também defende a ampliação do horário das votações. Além disso,
ele ressalta que as ações que já fazem parte da rotina dos brasileiros, como o
distanciamento social e medidas de higiene pessoal, não podem ser esquecidas
nos dias do primeiro e segundo turno das eleições.
“Nas filas de
votação devem haver um espaço maior entre uma pessoa e outra. Todos devem usar
máscaras e talvez seja necessário a ampliação do horário para evitar
aglomerações.”
Para que seja regra
nas eleições deste ano, a exclusão da identificação biométrica ainda será
levada ao plenário do TSE após o fim do recesso judicial. Barroso, destaca que
a interrupção a exclusão da biometria é momentânea, devido ao alastramento do
novo coronavírus. Nos próximos dias o tribunal também deve decidir sobre a
ampliação do horário de votação nas eleições municipais.
“Estamos adaptando
a nossa vida contemporânea as circunstâncias da pandemia. Esse é o compromisso
que o TSE assumiu de proporcionar o maior grau possível de segurança para a
população durante as eleições municipais”, disse o presidente do
tribunal.
Adiamento
No começo deste
mês, o Congresso Nacional promulgou a Emenda à Constituição que
adiou o primeiro e segundo turno das eleições deste ano para os dias 15 e 29 de
novembro, respectivamente, por conta da pandemia. Segundo o calendário
eleitoral, as votações iriam ocorrer em 4 e 25 de outubro. Foram meses de
discussão, que envolveu o Congresso Nacional, especialistas de saúde e TSE para
se chegar a um consenso.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook