Um a cada quatro hospitais com UTI em SC está superlotado

20/02/2021 - 11h24

Os dados desta sexta-feira (19) indicam que um a cada quatro hospitais da rede pública de Santa Catarina que ofertam leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão lotados. O dado reflete uma ocupação global que subiu drasticamente nos últimos dias.

Ao longo de todo o território, com 55 hospitais na rede pública, são 206 leitos livres, sendo que são 1.536 ativos.

Além das superlotações, diversas unidades somam uma alta concentração de pacientes e acabam tendo que suspender atendimentos de emergência respiratória, como o HU-UFSC (Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago) que realizou suspensão na quinta (18).

A unidade é a mais bem estruturada da capital catarinense, e mesmo com a tentativa de perdurar nos atendimentos, seguiu com a suspensão nesta sexta (19).

“O Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago informa que a situação continua sendo monitorada e a Emergência Respiratória chegou a reabrir parcialmente para demandas espontâneas na manhã de hoje (19) até às 16h30, quando voltou a superlotar. Por esse motivo os atendimentos foram suspensos novamente. Assim que a situação for normalizada, os atendimentos serão retomados”, diz a gestão, em nota.

A unidade soma um total de 27 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ativos, sendo que são 22 ocupados. O índice, então, é de 81%, perto da média global do Estado, que fica em 86%.

Florianópolis, que é a segunda cidade com mais casos da Covid-19 no Estado (57 mil), tem 88% de toda a sua UTI adulta lotada. Nos leitos totais, que são 211, 186 estão ocupados e 25 indisponíveis.

Lista de hospitais superlotados em SC

Hospital Bethesda, em Joinville

Hospital de Caridade Bom Jesus dos Passos, Laguna

Hospital Divino Salvador, em Videira

Hospital Florianópolis

Hospital Maicé, em Caçador

Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, Lages

Hospital Regional Helmuth Nass, em Biguaçu

Hospital Sagrada Família, em São Bento do Sul

Hospital Santa Cruz, em Canoinhas

Hospital Santa Teresinha, em Braço do Norte

Hospital São Braz, Porto União

Hospital Terezinha Gaio Baso, em São Miguel do Oeste

Maternidade Darcy Vargas, em Joinville

Das unidades acima, somente a maternidade não possui pacientes da Covid-19 em seus quadros, sendo que trata-se de uma unidade que não oferta leitos adultos, os mais contaminados pela pandemia.

Além disso, se forem analisados os leitos de UTI/Covid, são 24 unidades que já somam 100% de ocupação. Ou seja, 43% dos hospitais de todo o Estado estão sem nenhum leito especial da Covid-19 livre.

São justamente esses leitos, os especiais para a Covid-19, que são utilizados para aferir o risco de cada região, sendo tomados como o parâmetro de “capacidade de atenção”.

Oeste ainda enfrenta agravamento

Além da capital, já citada, a região Oeste possui uma situação próxima do total colapso do sistema público de saúde.

Nesta sexta (19) a região registrou uma queda breve, deixando os 100% de lotação dos leitos da Covid-19, mas ainda registrando um índice alto, de 94%

Na última atualização do mapa de risco, na sexta (12), as autoridades de saúde indicaram que 10 das 16 regiões analisadas estavam em risco gravíssimo no quesito, incluindo o Oeste e também a Grande Florianópolis.

No somatório, são 89% de todos os leitos da Grande Oeste que estão ocupados. O HRO (Hospital Regional de Chapecó), o mais bem estruturado da região, está com somente cinco dos seus 67 leitos disponíveis.

A situação mobilizou o governador Carlos Moisés (PSL) juntamente com a Secretaria de Saúde à região. O prefeito municipal confirmou, em transmissão nas redes sociais, que a cidade terá 22 novos leitos de UTI e 50 de enfermaria.

A alta de casos na região superlotou o sistema em poucos dias. Xanxerê, por exemplo, registrou aumento de 332% dos atendimentos de suspeita da Covid-19 em dez dias.

A situação acaba forçando a gestão estadual a tomar medidas drásticas como a citada acima, de abrir leitos em regiões superlotadas.

Isso, pois a logística e a distribuição dos leitos influencia nas lotações. O remanejamento de pacientes acaba sendo recorrente, e o fluxo de casos que sobe rapidamente dá pouco fôlego para medidas das autoridades.

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  • Jornal Regional



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