Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde aplicou nesta terça (22) as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil. O imunizante é da fabricante AstraZeneca, mas é inteiramente produzido em solo brasileiro, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ao todo, a Fundação tem 550 mil doses prontas para a entrega.
O
Ministério da Saúde aguarda o envio do primeiro lote para realizar uma reunião
com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional
de Secretarias Municipais (Conasems) para definir como será a distribuição para
os Estados e o Distrito Federal.
Segundo o ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, essa etapa representa a liberdade em relação à
produção de vacina com o IFA nacional e uma aposta no fortalecimento do
complexo econômico e industrial da saúde. “Essa é a vacina que tem o menor
custo. O Governo Federal investiu R$ 1,9 milhões para a encomenda tecnológica e
hoje nós podemos ter uma vacina segura, bastante eficaz, bastante efetiva e
que, no Brasil, tem tido resultados extraordinários. Então, com a nossa potente
campanha de vacinação, nós temos certeza que vamos vencer a pandemia da
Covid-19”
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou no dia 7 de
janeiro o registro do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da
vacina da AstraZeneca. A vacina da Fiocruz está autorizada no Brasil desde 17
de janeiro do ano passado e recebeu o registro definitivo em março de
2021.
A presidente da
Fiocruz, Nísia Trindade, ressaltou a ampla rede de apoio que se formou para a
prospecção, avaliação e suporte à implementação da encomenda tecnológica que
permitiu a produção e, posteriormente, a transferência de tecnologia que se
completa com a vacina 100% nacional. “A conquista de hoje tem importância
fundamental não só para a nossa instituição mas, sobretudo, para o nosso país.”
O Conselho Nacional
de Saúde (CNS) emitiu nesta segunda (21) uma nota felicitando a Fiocruz pelas
primeiras vacinas contra a Covid-19 100% nacionais. Segundo a instituição, “o
desenvolvimento da nova vacina nacional contra a Covid-19 inaugura uma etapa de
avanço na superação da pandemia no Brasil e no mundo”.
O presidente da
CNS, Fernando Pigatto, destacou o papel estratégico desempenhado pela a Fiocruz
e comprometimento da instituição com a saúde pública “É um motivo de muita
alegria e satisfação nós estarmos celebrando esse momento, cumprimentando
também os trabalhadores da Fiocruz, a quem tem a ciência como prioridade.”
Ao todo, o
Ministério da Saúde contratou 105 milhões de doses da vacina da instituição
para este ano, sendo 45 milhões de doses da vacina nacional. A Fiocruz já
produziu um quantitativo de IFA nacional equivalente a cerca de 25 milhões de
doses de vacina, das quais envasou 2,6 milhões de doses, incluindo as 550 mil
já disponíveis. As demais (cerca de 2 milhões) estão em diferentes etapas para
liberação.
Investimentos na saúde
Durante a coletiva,
Queiroga afirmou que o Governo Federal já investiu cerca de R$ 33 bilhões no
combate à pandemia. Ele também afirmou que 430 milhões de doses da vacina foram
distribuídas e o Brasil tem mais 500 milhões de doses asseguradas até o fim do
ano. “Temos a certeza de conter o caráter pandêmico da Covid-19.”
Segundo a
infectologista Joana D’arc, a imunização com o esquema completo ainda é a
melhor forma de combater a Covid-19. “O que se tem observado no mundo todo é
que as pessoas que têm morrido ou que estão em unidades de cuidados intensivos,
na maioria dos países, são as pessoas não imunizadas ou que não completaram o
esquema vacinal”, ressalta.
A presidente da
Fiocruz também destacou o papel que o Brasil passa a ter no nível global de
combate à doença. “Hoje, com os estudos de efetividade das vacinas utilizadas
no Brasil através do Programa Nacional de Imunizações, o Brasil poderá dar mais
contribuições para a saúde pública do país e em nível global.”
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