Foto: Governo do Estado de Paraíba/Divulgação
De acordo com um
estudo publicado pela revista científica Nature, duas doses das
vacinas da Pfizer ou da Astrazeneca geram resposta imune contra
a variante Delta em 95% dos imunizados,
mesmo que ela seja capaz de escapar de alguns anticorpos monoclonais de
laboratório.
Os cientistas
franceses responsáveis pela pesquisa, no entanto, indicam que a cepa é menos
inibida por anticorpos presentes em pessoas que já tiveram Covid-19 e não receberam nenhuma injeção
ou que receberam apenas uma dose dos imunizantes.
De acordo com o estudo, as vacinas são de três a cinco vezes menos eficientes contra a variante Delta em relação à Alfa, originária do Reino Unido. Isso porque, na visão dos pesquisadores, as mutações presentes na proteína Spike, utilizada pelo vírus para entrar nas células, da variante Delta, “modificam potencialmente a ligação do vírus ao receptor da célula, permitindo que escape parcialmente da resposta do sistema imunológico”.
A análise do sangue de pacientes que se recuperaram da Covid-19, nos 12 meses anteriores, revelou que precisam de concentrações de anticorpos quatro vezes maiores para neutralizar a variante Delta em comparação com a Alfa. No entanto, quando vacinados, esses indivíduos apresentaram imunidade acima do limiar de neutralização da variante.
Além disso, uma única dose da vacina Pfizer ou da Astrazeneca foi pouco ou não eficaz contra as variantes Beta e Delta. Apenas 10% dos indivíduos que receberam somente uma injeção foram capazes de neutralizar a variante indiana após uma dose.
Os pesquisadores
estudaram a reatividade de anticorpos e do soro sanguíneo de 103 pessoas com
uma infecção anterior e de 59 indivíduos vacinados com uma ou duas doses. Os
anticorpos monoclonais terapêuticos analisados foram o Bamlanivimab, o
Etesevimab, o Casirivimab e o Imdevimab; dos quais, apenas o Bamlanivimab
“perdeu atividade antiviral”.
A variante Delta já
é a predominante em países como Índia – onde foi detectada pela primeira vez -,
Grã-Bretanha e Portugal. Além disso, conforme o Instituto Pasteur, estima-se
que, dentro de algumas semanas ou meses, será a cepa majoritária em toda a
Europa.
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