As vendas do comércio varejista cresceram 0,1% em agosto, na
comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceiro
alta mensal seguida.
Na comparação com agosto de 2018, a alta foi de 1,3%.
Com isso, o acumulado do ano ficou em 1,2%. No acumulado em 12 meses,
entretanto, houve desaceleração, com a taxa de avanço passando de 1,6% em julho
para 1,4% em agosto, o que indica perda de ritmo nas vendas.
4
das 8 atividades pesquisadas tiveram alta
Segundo o IBGE, 4 das oito atividades pesquisadas tiveram
alta no volume de vendas em agosto. A alta média de 0,1% foi garantida
principalmente pelos super e hipermercados (0,6%) e artigos de uso pessoal e
doméstico (0,2%). Juntos, os dois setores correspondem a mais de 60% do total
do varejo.
“O aumento nos dois grupos indica um perfil de consumo mais básico, associado
às classes de rendimento mais baixas da população”, explicou a gerente da
pesquisa, Isabella Nunes.
Também houve altas nas vendas de equipamentos e
material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e livros, jornais,
revistas e papelaria (0,2%).
Por outro lado, caíram as vendas de combustíveis e
lubrificantes (-3,3%), tecidos, vestuário e calçados (-2,5%), móveis e eletrodomésticos
(-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos (-0,3%).
Para o IBGE, a queda nestes segmentos indicam que a
população está dedicando mais seu orçamento às "compras de primeira
necessidade".
"O equilíbrio entre essas quatro categorias em
queda com dois grandes setores em alta levou o mercado a um patamar mais
próximo da estabilidade”, avaliou a pesquisadora.
Já o comércio varejista ampliado, que inclui veículos
automotivos (-1,7%) e material de construção (-0,8%), ficou estável na passagem
de julho para agosto. “Novamente, foram os supermercados e alimentos que
serviram de contrapeso para esses resultados negativos, mantendo o índice geral
estável”, concluiu Isabella.
Recuperação
lenta e perspectivas
Os indicadores econômicos mostram que a recuperação da
economia segue em ritmo lento, mas a expectativa é de relativa melhora neste 2º
semestre, em meio a um cenário de juros em queda, maior geração de postos de
trabalho, ainda que puxada pela informalidade, e melhora da confiança após a
aprovação final da reforma da Previdência.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio,
medido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), atingiu em outubro o maior patamar em 5 meses.
O comércio aposta que a liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo PIS-Pasep ajudará a acelerar o consumo
nestes últimos meses do ano. A CNC estima que R$ 13,1 bilhões (44% do total
previsto a ser injetado na economia) será destinado para gastos no comércio e
consumo de serviços.
A projeção do mercado financeiro para estimativa de alta do PIB deste ano permanece em 0,87%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, ainda abaixo do ritmo de crescimento de 1,1% registrado em 2017 e 2018. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB continua em 2%.
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