No último dia 21 de
dezembro teve início o verão no Hemisfério Sul. No Brasil, a estação é marcada
por altas temperaturas e chuvas, na maior parte do país. Mas em meio à pandemia
do novo coronavírus, será que os termômetros elevados podem contribuir com o
aumento de casos? Quem explica é Mauro Sanchez, epidemiologista da Sala de
Situação em Saúde da Universidade de Brasília.
“A influência da
temperatura não é direta em relação ao vírus, mas é relacionada a aglomeração
das pessoas. Vírus respiratórios têm maior incidência no inverno, porque com
frio as pessoas aglomeram mais em ambientes fechados”, explica.
No entanto, o
epidemiologista Mauro Sanchez também mostra preocupação com o verão. “A
preocupação com o verão é que algumas podem começar a diminuir o uso de
máscara, porque incomoda, sua. Além de irem a aglomerações. Essa aglomeração
sem a proteção devida pode facilitar a transmissão do vírus”, destaca.
Em 2021, o
brasileiro pode esperar um verão quente e chuvoso. Segundo a meteorologista
Nayane Araujo, do Instituto Nacional de Meteorologia, o fenômeno La Niña
contribui para a previsão de chuvas ligeiramente acima da média, na maior parte
do País, com temperaturas elevadas.
Com tanto calor,
usar a máscara ao sair de casa pode ser uma tarefa difícil. O epidemiologista
Mauro Sanchez dá dicas de como escolher o tecido ideal.
“O material algodão
é muito respirável, mas tem uma capacidade menor de filtração. O ideal é que se
consiga equilibrar essa eficiência de filtração com a capacidade de conseguir
respirar com facilidade. Para isso, o ideal é ter uma máscara que use camadas
de tecido ‘não tecido’, como o polipropileno”, aconselha.
Praias lotadas
Victor Paulo
Sant'Anna mora na cidade do Rio de Janeiro há 28 anos e trabalha na capital
como analista business. Ele conta que apesar do calor, o melhor é se prevenir
da Covid-19, ficando em casa.
“Está um calor
absurdo aqui. Um solzão lá fora, que parece convidativo a ir para praia, mas –
com essa nova onda do coronavírus, com hospitais lotados – recomendo a todo
mundo que não saia de casa. Deixa para ir ano que vem, quando tivermos a
vacina. É sempre melhor prevenir do que remediar”, comenta.
No entanto, muitas
pessoas se arriscam. Nos feriados e dias mais quentes de 2020, o litoral
brasileiro esteve lotado de banhistas, mesmo durante o período mais crítico da
pandemia. Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito
Santo, dá dicas de prevenção para aqueles que, mesmo assim, vão se arriscar no
litoral, nesse verão.
“Usar máscara,
ficar em distanciamento daquelas pessoas que não fazem parte do seu grupo
familiar, e evitar consumir produtos vendidos na praia, por conta da
dificuldade de fazer a limpeza. Se puder levar seus próprios produtos, você
diminuiria o risco”, aconselha.
A médica
infectologista e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sylvia
Lemos Hinrichsen, também faz recomendações para evitar o contágio pelo novo
coronavírus.
“É preciso que se
pensem que o coronavírus ainda circula. Portanto, é importante não aglomerar,
usar máscara, não usar a mão suja para pegar na máscara, higienizar as mãos e
os ambientes, manter o distanciamento físico entre as pessoas e seguir os
protocolos”, recomenda.
Aumento da ocupação
de leitos Covid-19
No início de
dezembro, levantamento da Fiocruz apresentou aumento da ocupação de leitos
reservados para pacientes com Covid-19. Segundo a pesquisa, oito capitais
apresentaram taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19, para adultos, acima
de 80%: Macapá (92,5%), Fortaleza (86,4%), Recife (83,3%), Vitória (84,9%), Rio
de Janeiro (92%), Curitiba (92%), Florianópolis (90,4%) e Campo Grande (100%).
Confira a seguir o
vídeo completo com as dicas da infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen.
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