Verstappen quebra hegemonia Mercedes com vitória consagradora em GP dos 70 anos da F1

09/08/2020 - 21h57

Max Verstappen fez talvez a grande corrida da sua carreira para quebrar a hegemonia da Mercedes, neste domingo em Silverstone. De presente pelos 70 anos, a Fórmula 1 ganhou uma performance arrebatadora do holandês, que pressionou até quebrar a tática dos rivais e assumiu a liderança para uma vitória consagradora da Red Bull. Lewis Hamilton mudou sua estratégia para se recuperar para segundo e o pole, Valtteri Bottas foi o grande perdedor, caindo para terceiro na bandeirada.

Verstappen fez o movimento vital da sua corrida na largada. Arrancou certeiro e passou a Racing Point de Nico Hulkenberg. Hamilton largou mal, mas conseguiu se manter em segundo e, nas primeiras curvas, atacou Bottas. O finlandês conseguiu manter a dianteira e o trio se estabilizou.

Lá atrás, Sebastian Vettel deu mais um têmpero à sua temporada horrorosa, errou sozinho e caiu para último. Eventualmente, lá na volta 17, o alemão faria bela ultrapassagem, por fora, em Romain Grosjean. Lance Stroll foi quem mais ganhou no começo, subindo para quinto.

A partir daí, tudo ia depender de escolhas e pneus. Escolhas de pneus e momentos para parar...  

Eis que, na volta 10, os pneus médios começaram a se esfacelar. Uma vantagem que era de 3 segundos das  Mercedes, de repente tinha Verstappen enorme no retrovisor de Hamilton. O engenheiro da Red Bull instruiu o holandês a tirar o pé para não ficar na turbulência e gastar pneus. Verstappen mandou ele pastar: "Essa pode ser a única chance que vou ter de passar". E foi assim que, fungando no cangote de Hamilton, Mad Max fez a Mercedes antecipar suas paradas, assumindo a liderança da corrida.

Após os pits, veio uma briga interessante dos protótipos de campeão da nova geração. Charles Leclerc foi para cima de Lando Norris e, mesmo com a Ferrari manca, du um drible bacana no britânico. Gingou por fora, fez o xis, e passou por dentro, assumindo o décimo posto.

Verstappen segurou até a volta 27 para fazer seu pit. Um pouco cedo, mas ele ia tentar mesmo assim fazer uma parada. Voltou atrás de Bottas, mas botou a faca entre os dentes e atacou. Atirou-se por dentro ainda no primeiro setor e assumiu a liderança por fora no curvão antes do complexo antigo da pista.

Lando Norris foi o primeiro a desistir de um jogo de pneus duros. Antecipou a parada após ser ultrapassado sem cerimônia por Alex Albon. A McLaren tinha um dia difícil com as táticas. No meio do pelotão a batalha era engruvinhada, com Esteban Ocon segurando um trem até ser passado por Daniil Kvyat. Ricciardo, com pneus mais novos, tentou passar os dois, tocou de leve na McLaren de Sainz e rodou. No fundão, Vettel xingava a Ferrari publicamente por algum erro de estratégia, apesar dele mesmo ter colocado o carro no último lugar, mais cedo.

Na briga da ponta, a Mercedes tentou antecipar a parada de Bottas para sacudir a Red Bull, mas os energéticos reagiram imediatamente e Verstappen parou junto. Saíram nas mesmas condições, ainda com o holandês na frente. Hamilton assumiu a ponta, mas com os quatro pneus cheios de bolhas e com a performances comprometida.

Até ali, a Red Bull tinha feito tudo certo para tentar ganhar. Só que Hamilton não parava, apesar da degradação dos pneus, e a distância se mantinha em torno de dez segundos. Mas a parada veio. A dez voltas do fim, Hamilton parou a cedeu a ponta para Verstappen e Bottas.

Voltou com pneus novinhos e iniciou a carga, primeiro contra Leclerc. O monegasco até segurou o que dava, ainda deu uma fechada forte na reta Hangar, mas Hamilton mandou por dentro, segurou a tangente e assumiu o terceiro posto. Aí, Bottas entrou na alça de mira. E quando o Lewis de rapina vê a presa, fica difícil. Hamilton se aproximou na reta Hangar, percorreu pertinho todo o segundo setor e, antes de completar a volta 50, botou por dentro, sem chances para o finlandês.

Lá na frente, Max Verstappen até brincava pelo rádio, pedindo para a galera se hidratar e fazer a higienização contra a Covid-19. Foi soberano na volta final e venceu de maneira categórica, para quebrar a hegemonia dos alemães em 2020. Hamilton cruzou em segundo, abrindo mais vantagem no campeonato, com Bottas frustrado em terceiro.

O quarto colocado foi de Charles Leclerc, novamente numa corrida batalhadora com seu cavallino manco. O quinto foi Alex Albon, numa boa recuperação com a Red Bull, mas muito aquém do que o carro oferece. Aliás, ele ganhou de presente a posição da Racing Point, que parou Nico Hulkenberg inexplicavelmente a quatro voltas do fim. Foi um presentinho para o filho do dono da equipe, Lance Stroll, que fechou em sexto. Hulkenberg fez uns pontinhos com o sétimo lugar, no seu retorno como dublê de Sérgio Perez. Esteban Ocon somou uns pontinhos azedos para a Renault em oitavo, com Lando Norris apagado em nono e Daniil Kvyat salvando o pontinho final para a AlphaTauri.

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  • Correio do Povo



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