Andréia Fiorini Bomfim – gerente enfermagem UTI / Coord. CHT do Hospital Regional
No último mês o Hospital Regional Terezinha Gaio Basso viveu
um momento histórico: ocorreram duas cirurgias simultâneas de captações de
órgãos, em pacientes de 24 e 59 anos. Equipes de transplantes do estado de Santa
Catarina participaram das cirurgias. Na ocasião foram captados Fígado, Rins e
Córneas. Além disso, 2022 tem sido um ano atípico e de números muito positivos
em relação a doação. Já foram realizadas 7 cirurgias de captação de órgãos. E
ainda temos quatro meses pela frente.
As famílias estão cada vez mais informadas sobre
o processo de doação de órgãos. Isso ajuda muito em todas as etapas, que começa
no acolhimento da família. Ter clareza de como tudo funciona, ajuda na resposta
positiva para doação.
A campanha Setembro Verde é alusiva ao “Dia
Nacional da Doação de Órgãos", instituído pela Lei nº
11.584/2.007.
O objetivo da campanha é conscientizar a sociedade sobre a importância
da doação de órgãos, e incentivar as pessoas a conversarem com seus
familiares e amigos sobre o assunto, pois esse ato só ocorre mediante a
autorização familiar.
As filas de espera para receber um órgão ainda são longas e
desproporcionais ao número de doações, sendo inferior à demanda. Conscientizar
a população sobre a importância de ser um doador de órgãos é fundamental para
equilibrar essa lista de espera. Mas os desafios são grandes, que vão desde a
recusa das famílias em doar, desconhecimento sobre o assunto e o
desconhecimento do desejo de seu ente querido. Muitas ações são desenvolvidas
para reverter esse quadro, e a campanha Setembro Verde tem papel decisivo, pois
traz o assunto à tona e fornece todas as informações necessárias à população.
O que é doação de órgãos?
Doação de órgãos
é um ato nobre, de generosidade e amor ao próximo. Na maioria das vezes, o
transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de
um recomeço para as pessoas que precisam da doação. É fundamental que a
população se conscientize da importância do ato de doar um órgão.
Como se tornar um doador?
O passo principal é conversar com a família e deixar claro o
desejo de ser doador de órgãos.
Não é necessário deixar nada por
escrito. A doação só acontece mediante a autorização familiar documentada.
Quando podemos doar?
Doador Vivo: A doação de
órgãos, como o rim e parte do fígado, pode ser feita em vida, para um familiar
próximo (até 4º grau consanguíneo). Quando for para uma pessoa não aparentada é
necessário a autorização judicial.
Doador falecido: São pacientes em
decorrência de traumas/doenças neurológicas graves. Já a doação de outros
órgãos, como coração, pulmão, pâncreas, entre outros, só é feita em situação de
morte encefálica.
Para quem vão os órgãos e tecidos?
Os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes
compatíveis que estão aguardando em lista única da central de transplantes da
Secretaria de Saúde de cada Estado. Esse processo, além de justo, é controlado
pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.
Após a doação de órgãos, como fica o corpo
A retirada dos órgãos e tecidos segue todas as normas da
cirurgia moderna. O corpo não demonstra
sinais visíveis após a captação de órgãos. Todo doador pode ser velado de
caixão aberto.
“Doar órgãos é doar vida”.
Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse
gesto.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de
órgãos e tecidos do mundo, que é garantido a toda população por meio do SUS,
responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no país.
Para vencer a desproporção entre número de pacientes na lista
e o número de transplantes realizados, é importante conscientizar a população
sobre todas as etapas do procedimento, que começa com o diagnóstico de morte
encefálica de um potencial doador e termina na recuperação do paciente que
recebeu um novo órgão.
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- por
- Jornal Regional
- FONTE
- HRTGB | Andréia Fiorini Bomfim – gerente enfermagem UTI / Coord. CHT do Hospital Regional – COREN / SC 106756 | Diretor Técnico - Vinicius Negri Dall’Inha - Cirurgião Oncológico – CRM 15904 / RQE 13771
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