Liara Tusset, oncologista clínica
A pandemia relacionada ao coronavírus (COVID-19) vem
causando grande preocupação no mundo em função da rápida disseminação da
infecção e da gravidade observada, especialmente entre pessoas com saúde
fragilizada pela idade avançada ou por outras comorbidades. Entre as condições
que predispõem a uma possível maior gravidade da infecção está o câncer.
Porque o paciente oncológico precisa ter mais cuidados para evitar a contaminação com o coronavírus?
Como foi citado acima, pacientes com algumas comorbidades
tem risco mais alto de desenvolver a forma mais grave da doença. Os pacientes
oncológicos podem ter diminuição da imunidade por conta da própria doença, ou
por um estado debilitado após uma cirurgia ou, ainda, pelo efeito
imunossupressor de alguns tratamentos, como quimioterapia, corticoides,
transfusões de sangue e radioterapia.
Assim, quando um paciente imunossuprimido adquire a infecção
pelo coronavírus, o risco de uma evolução mais agressiva da doença é
significativo e o de morte maior.
Além do risco de apresentar a doença de uma forma mais grave devido à baixa imunidade, dados apontam que o paciente oncológico apresenta risco maior de contaminação com aCovid-19 de 8%, comparado a 4% na população geral.
Entre os pacientes com
câncer, quais os de maior risco?
- Pacientes com neoplasias hematológicas (como leucemias, linfomas
e mieloma múltiplo);
- Pacientes que passaram por transplante de medula óssea;
- Pacientes em tratamento com quimioterapia.
Embora certamente nem todos que estão em tratamento contra um câncer sejam imunossuprimidos, é imperativo que se tomem precauções para evitar a infecção e, em ocorrendo, que estes pacientes sejam acompanhados de maneira imediata e muito próxima pela sua equipe médica.
Quais as recomendações
da SBOC (sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) aos pacientes oncológicos?
- Não interromper seus tratamentos oncológicos (a menos que
o médico oncologista ache necessário);
- Evitar contato físico, como cumprimentar com beijos e abraços;
- Evitar contato com qualquer pessoa que tenha sintomas gripais
e/ou que esteja em investigação para possível infecção pelo coronavírus;
- Caso apresente um dos seguintes sintomas, contatar seu
médico: febre, coriza, tosse seca, falta de ar.
Quais são as recomendações dentro do hospital para pacientes oncológicos?
- Evitar contato físico direto, mesmo com o seu médico e a equipe
de saúde;
- Tome a mesma atitude com todas as pessoas que estiverem
circulando pelo ambiente hospitalar;
- Evitar ambientes fechados e principalmente aglomerações;
- Permaneça somente o tempo necessário em ambiente
hospitalar;
- Pacientes que vão a um centro de tratamento oncológico
devem ir acompanhados de apenas uma pessoa, e este acompanhante não pode apresentar
nenhum sintoma de gripe;
- Visitas hospitalares devem se restringir àquelas estritamente
necessárias;
- Pessoas com qualquer sintoma suspeito de gripe devem
evitar, ao máximo, aproximar-se de pacientes com câncer;
- Uso de máscara cirúrgica (tanto paciente, quanto familiar
que o acompanha).
Além de todas essas recomendações, orienta-se manter-se ativo (respeitando as restrições), ter uma alimentação saudável e ingesta de água adequada. Não se recomenda tratamentos paralelos, como uso indiscriminado de vitaminas C e D, e outras modalidades não comprovadas. Além de ineficazes, podem trazer risco severo à saúde.
Informações retiradas do site da OMS, SBOC e UpToDate.
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- por
- Jornal Regional
- FONTE
- Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Liara Tusset, oncologista clínica – CRM/SC RQE 18137 | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333
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