Pedro Henrique Hatschbach Janz – Cirurgião Oncológico
No Brasil, estimativas das Sociedades Brasileiras de
Patologia e de Cirurgia Oncológica indicam que desde o início da pandemia de
Covid-19 no país, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados
com câncer. É evidente que com o isolamento social, imposto nos últimos tempos,
a pessoa tem evitado todo tipo de aglomeração, isso inclui clínicas e
hospitais. Muitas pessoas têm evitado frequentar esses ambientes, mesmo quando
necessário, o que nos leva a crer que em um futuro próximo muitos diagnósticos
tardios com doenças em estágios mais avançados poderão surgir. Diante disso, é
importante salientar que o diagnóstico precoce é essencial quando se fala em
câncer.
Se o isolamento é importante? Quando devo procurar um médico?
Toda vez que apresentar sintomas persistentes ou que não melhorem com medicação leve você deve procurar atendimento médico. Durante a pandemia, não apenas os casos de câncer continuam a ocorrer, mas como os de todas as outras doenças graves e potencialmente fatais. Então, se está sentindo dor, teve sangramento, diarreia, constipação, emagrecimento, sentiu algum caroço, procure ajuda, sempre tomando todos os cuidados recomendados pelo Ministério da Saúde.
E os meus exames de rotina devem ser realizados?
Pergunte a sua equipe assistente, eles poderão informar caso a caso quando se pode adiar, ou não, exames de prevenção. O importante é não abandonar tratamentos ou investigações por conta própria.
O que devo fazer para me precaver?
O paciente com câncer não deve, em nenhuma hipótese, parar seu tratamento por conta própria, seja quimioterapia, radioterapia ou uma cirurgia. Toda decisão quanto ao tratamento deve ser feita junto com a equipe de saúde. Além disso, há alguns cuidados que pacientes com câncer devem tomar para se proteger do coronavírus:
- Ficar em casa, quando não for dia de tratamento;
- Se sair for realmente necessário, evitar lugares com muita
gente e tentar manter distância de, pelo menos, um metro e meio de outras
pessoas;
- Lavar as mãos com frequência e com atenção por pelo menos
vinte segundos;
- Tentar não levar as mãos ao rosto (principalmente olhos,
nariz e boca);
- Cumprimentar a distância, evitando aperto de mão, abraços
e beijos, mesmo com familiares;
- Evitar contato com pessoas que tenham sintomas de gripe;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal como toalhas,
talheres, pratos e garrafas;
- Higienizar objetos e superfícies tocados com frequência,
incluindo celulares, chaves, maçanetas etc.;
- Caso tenha que sair de casa, você deve usar máscara de proteção,
mesmo que seja artesanal (tecido).
Durante meu tratamento como devo agir?
- Ter somente um acompanhante, com menos de 60 anos, se
possível.
- Manter distância de outras pessoas, mesmo da equipe de
saúde;
- Não ficar próximo de outros pacientes;
- Evitar circular pelo hospital;
- Não ficar no local de tratamento por mais tempo do que o
necessário;
- Manter as recomendações de prevenção como em qualquer
outro lugar
O que se tem feito para garantir o atendimento oncológico?
Durante a pandemia, cada vez mais tem se mostrado a importância
das vias livres de Covid-19, que é o esforço em manter pacientes suspeitos e
comprovadamente infectados em hospitais ou alas exclusivas para o tratamento, deixando
assim as demais alas com risco muito menor de transmissão para os pacientes que
necessitam de outros tipos de tratamento incluindo os oncológicos.
Nosso esforço tem se mostrado efetivo até agora. Nosso
serviço tem conseguido manter o atendimento dos casos que não podem aguardar,
mas contamos com a colaboração de toda a sociedade com a manutenção das medidas
de isolamento social e higiene para que possamos continuar a tratar de quem tem
um dano maior caso fosse obrigado a postergar um tratamento.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica; Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e Instituto Nacional do Câncer.
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- FONTE
- Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Pedro Henrique Hatschbach Janz – Cirurgião Oncológico – CRM/PR 29660 – RQE 25664 | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333
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