Agência rebaixa nota da Argentina após renegociação de dívida

Em Buenos Aires, manifestante segura cartaz contra o novo pedido de ajuda da Argentina ao FMI — Foto: Martin Acosta/Reuters

Em Buenos Aires, manifestante segura cartaz contra o novo pedido de ajuda da Argentina ao FMI — Foto: Martin Acosta/Reuters

30/08/2019 - 21h51

A agência de classificação de risco Moody’s reduziu nesta sexta-feira (30) o rating em moeda estrangeira da Argentina de B2 para Caa2. Com a piora, a nova nota deixa o país num patamar de alto risco de inadimplência na escala da agência.

Em comunicado, a Moody’s justificou o rebaixamento com base aumento na possibilidade perda para os investidores com a piora das finanças do governo. Na quarta-feira, o governo da Argentina pediu mais prazo para pagar credores privados e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Já está claro que os detentores das dívidas de curto prazo sofrerão algumas perdas como resultado de atrasos nos pagamentos", informou a agência no comunicado. "A decisão de rebaixar para o rating Caa2 reflete a avaliação atual da Moody's de perdas podem ser esperadas de qualquer futura reestruturação."

Na quinta-feira (29), a Standard & Poor's (S&P) já havia piorado a classificação do rating do país. A agência rebaixou o rating da Argentina de B- para SD - que, pelos critérios da agência de risco, significa que o país entrou em "default seletivo", ou seja, deixou de pagar sua dívida.

Em meio a uma forte crise econômica, a Argentina enfrenta forte volatilidade nos mercados financeiros nas últimas semanas por causa de expectativas em torno das eleições de outubro.

O dólar disparou sobre o peso e os índices de ações passaram a despencar quando o presidente Mauricio Macri sofreu uma derrota inesperada e esmagadora nas eleições primárias de 11 de agosto, com o oposicionista Alberto Fernández saindo vitorioso. O mercado considera Fernández menos comprometido com reformas econômicas consideradas importantes pelos investidores.

A situação piorou após o anúncio sobre o anúncio da Argentina sobre o plano para alongar sua dívida. A medida causou forte volatilidade no mercado de câmbio. Apenas na quarta-feira, o banco central argentino gastou US$ 367 milhões de suas reservas em intervenções no mercado de câmbio, parte de um esforço para defender o peso da desvalorização.


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  • Jornal Regional



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