A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou nesta terça-feira (29) as diretrizes para a
análise e aprovação do uso emergencial de vacinas contra o novo coronavírus.
Entre as mudanças, está o fim da necessidade de o laboratório informar um
cronograma de disponibilização das doses ao país.
Essas alterações vêm um dia depois de o laboratório Pfizer — que produz
uma vacina contra a Covid-19 com 95% de eficácia já distribuído na União Europeia, nos Estados Unidos e outros países — sinalizar a desistência em pedir à Anvisa a autorização do uso emergencial do
imunizante no Brasil.
O laboratório entendia que as diretrizes da agência
levariam mais tempo para serem atendidas e, portanto, seria melhor
para empresa trabalhar pela aprovação do registro definitivo, e não do uso
emergencial — o que demora mais (entenda
mais sobre o assunto mais adiante).
Segundo a Anvisa, as mudanças foram as
seguintes:
Não há mais necessidade de o laboratório informar um cronograma de disponibilização ao país.
A empresa também não precisará mais informar a quantidade das doses disponíveis;
bastaria entregar uma previsão desse total.
A Anvisa passa a sugerir o modelo
do Reino Unido ou mesmo da própria empresa do formulário do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) a
ser assinado pelo paciente da vacina em uso emergencial.
Em nota, a Anvisa diz
que atualizou as diretrizes para "facilitar o entendimento do processo de
envio de documentos, bem como tornar o procedimento mais ágil". A agência
não mencionou nenhum laboratório, no comunicado.
Pfizer quer registro definitivo
A Pfizer no Brasil sugeriu na segunda que dará prioridade ao registro definitivo da vacina
contra o coronavírus. Isso porque empresa alega, segundo comunicado, que "as condições estabelecidas pela agência requerem análises
específicas para o Brasil, o que leva mais tempo de preparação". Entre
esses requisitos, estão a necessidade de apresentar detalhes do quantitativo de
doses e cronograma.
Para o laboratório, as condições da Anvisa só poderiam ser atendidas com
uma análise mais longa — portanto, faria mais sentido à Pfizer
proceder com o pedido da submissão contínua — ou seja, o registro
definitivo com uma entrega de documentos ao longo do tempo para facilitar a
análise —, que demora mais.
A empresa informou
também que "já submeteu à agência, pelo processo de submissão contínua, os
resultados da Fase 3 dos estudos, o que significa mais um passo rumo à
aprovação da vacina".
Anvisa certificou Pfizer
A Anvisa publicou na segunda-feira (28) a certificação de Boas Práticas de Fabricação para a empresa Pfizer,
uma das envolvidas na produção da vacina Pfizer/Biontech contra Covid-19.
Ao todo, quatro empresas participam do processo de certificação para a
produção dessa vacina, sendo a Pfizer uma delas. Outras duas já receberam
certificações após passarem por inspeções e apenas uma ainda não enviou as
informações requeridas pela Anvisa após a análise técnica inicial.
No caso da Pfizer, a equipe técnica fez uma análise baseada em
informações enviadas pela própria companhia, concluída no sábado.
A Anvisa esclarece que existem duas formas de certificação: por meio de
relatórios de inspeção elaborados por autoridades reguladoras com equivalência
regulatória à brasileira, que compõem o Esquema de Cooperação de Inspeção
Farmacêutica (PIC/S, em sua sigla em inglês), ou com visitas técnicas, como
aconteceu com as outras duas associadas.
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