O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de novos
casos de hanseníase. Só em 2017, ano do último balanço da Organização Mundial
da Saúde, foram 26.875 caos novos no País. A doença milenar é causada por uma
bactéria transmitida por fluidos orais presentes na respiração, como gotículas
de saliva. Um dos sintomas mais comuns são as manchas na pele, que se não forem
tratadas, podem evoluir até para atrofia de membros. Apesar de ser a região com
menor incidência da doença - foram 776 casos novos em 2017, a população do Sul
do país precisa se conscientizar que não está completamente livre da doença.
Quem dá mais detalhes é a coordenadora-geral de Hanseníase e Doenças em
Eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha.
“Claro, algumas regiões têm menos. As pessoas que moram no Sul e que tem
hanseníase, bem como os profissionais de saúde que atuam na região, não
pensam em hanseníase na área porque é bem menos prevalente do que em outros
lugares, o que leva ao diagnóstico tardio dos casos.. Então, recebem um
diagnóstico quando já podem ter uma deformidade física, que é o que não
desejamos. O ideal é o diagnóstico precoce e sem a incapacidade”.
A gestora do Ministério da Saúde relembra que outros fatores podem
facilitar a transmissão do bacilo, como a migração de pessoas entre diferentes
estados do país. Ela lembra, no entanto, que a hanseníase não é contraída, por
exemplo, em uma viagem curta ou em um breve contato com uma pessoa doente. Além
disso, é importante ressaltar que, a partir do início do tratamento, o paciente
não transmite mais a bactéria.
“Quando ele for morar neste outro local, se ele estiver doente da forma
multibacilar e não estiver em tratamento, as pessoas que conviverem com ele de
forma prolongada, podem contrair a doença ou não, pois o bacilo esta sendo
disseminado sem o tratamento. Então, essa migração é um outro fator que tem
favorecido o adoecimento no país. Mas para uma pessoa adoecer, é preciso ter
uma convivência e uma convivência longa. Eu preciso conviver com essa pessoa
que esteja doente, sem tratamento e da forma multibacilar”.
Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase.
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