O presidente Jair
Bolsonaro revogou nesta terça (25) dois decretos que facilitavam o porte de armas de fogo, assinados em maio.
No lugar, o presidente editou três novos decretos e enviou ao Congresso
Nacional um projeto de lei sobre o mesmo tema.
Bolsonaro havia editado, em maio, dois decretos sobre posse e porte de
armas de fogo e uso de munições. O pacote foi alvo de críticas e, na semana
passada, o plenário do Senado aprovou parecer da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) que pede a suspensão dos decretos.
Além disso, estava previsto para esta quarta (26) a análise, pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), de um pedido para anular os decretos.
A informação sobre a revogação e sobre os novos decretos foi dada pelo
ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em reunião com senadores na tarde desta
terça-feira (25).
Na manhã desta terça o porta-voz da Presidência da República, Otávio
Rêgo Barros, havia afirmado que o presidente não revogaria os decretos.
Mais tarde nesta terça, porém, foi publicada uma edição extra do
"Diário Oficial da União" que oficializou o recuo do governo. São
eles:
Decreto 9.844: regulamenta lei
sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas
de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de
Gerenciamento Militar de Armas
Decreto 9.845: regulamenta lei
sobre a aquisição, o cadastro, o registro e a posse de armas de fogo e de
munição.
Decreto 9.846: regulamenta lei
sobre o registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por
caçadores, colecionadores e atiradores.
Projeto de Lei
O "Diário Oficial" ainda trouxe mensagem do presidente na qual
ele informa que encaminhou ao Congresso um projeto de lei que altera a
legislação sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munições,
sobre o sistema nacional de armas e definições de crimes.
Até a última atualização desta reportagem, o governo não havia divulgado
o conteúdo do projeto de lei enviado ao Congresso.
Em uma rede social, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
informou que, segundo Onyx, o projeto de lei enviado pelo governo tratará sobre
a posse de arma de fogo na zona rural.
O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa.
É diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.
Presidente da Câmara
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a decisão do governo de
revogar os decretos com regras sobre armas e editar novas normas aponta que o
governo compreendeu que é o "melhor caminho".
"Nós conversamos nos últimos dias que o melhor encaminhamento era um bom acordo, que preservasse aquilo que é constitucional no decreto. Que aquilo que não couber no decreto, que o governo encaminhasse por projeto de lei. Eu acho que o governo compreendeu que é o melhor caminho, para que não pareça que é um movimento contra o governo, contra aqueles que defendem o uso de arma, mas é um tema muito difícil, muito polêmico", disse Maia.
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