Quis o destino que Breno Lopes, vindo do Juventude (RS), fosse o herói da conquista alviverde
Aos 53 minutos do segundo,
quando a bola cruzou o ar do Maracanã, encontrou a cabeça do atacante Breno
Lopes e foi descansar no fundo da rede do Santos. Vinte e um anos depois, o
Palmeiras conquistou o bicampeonato da américa. valeu a pena cada uma
daquelas vezes em que o torcedor do Palmeiras disse aos amigos, gritou aos
jogadores, sussurrou para si mesmo: “A Taça Libertadores é obsessão”.
Neste sábado, o título tão desejado desde 1999, tão pedido nestes últimos anos, deixou de ser ambição para se tornar realidade. O gol nasceu quase no fim, logo após confusão entre Cuca e Marcos Rocha à beira do campo, e saiu da cabeça de um jogador improvável, quase desconhecido, chegado ao clube há menos de três meses – e, desde já, eternizado. Chegou da segundona para fazer a alegria do Verdão paulista.
O herói
No Palmeiras de
Weverton, de Gustavo Gómez, de Rony, de Luiz Adriano, de Willian, de Felipe Melo,
de Abel Ferreira, a história foi escrita por Breno Lopes, 25 anos, mineiro de
Belo Horizonte, jogador que estava no Juventude na Série B e foi buscado em
idos de novembro – sem alarde, como se fosse apenas mais um reforço em meio a
tantos atletas mais famosos.
Vem aí o Mundial
O Mundial de Clubes
começa já nesta quinta-feira. Às 11h, o Tigres, do México, enfrenta o Ulsan, da
Coreia do Sul, e o vencedor será o adversário do Palmeiras nas semifinais,
sábado, dia 07/02, às 15h. O outro jogo das quartas de final, também na quinta,
reúne o Al Duhail, do Catar, e o Al Ahly, do Egito. Quem vencer, pega o Bayern
de Munique nas semifinais, domingo.
O primeiro tempo
A escalação do
Santos, com Sandry reforçando o meio (e Lucas Braga no banco), indicava um time
mais retraído. Mas não foi o que mostraram os minutos iniciais da partida. O
time de Cuca começou com mais posse, tentou conquistar o terreno adversário e
teve a primeira finalização – em chute cruzado de Pará. O Palmeiras, porém,
logo conseguiu reagir: amarelou Lucas Veríssimo, chegou bem com Rony, ameaçou
em cabeceio de Gómez. O jogo ficou pegado, com divididas duras, e se concentrou
em disputas pelo meio, com eventuais arrancadas pelos lados. As marcações se
sobressaíram: Marinho e Soteldo tiveram dificuldades; Rony e Luiz Adriano
também. As chances de gol foram raras. Aos 36, Marcos Rocha avançou bem e
acionou Raphael Veiga na área. O chute foi para fora. Três minutos depois,
faltou pouco para Marinho aproveitar cruzamento e abrir o placar.
Segundo tempo
O Palmeiras voltou
para o segundo tempo mais incisivo. Parecia disposto a tomar o jogo para si, a
decidir os rumos da partida. Concentrou-se no campo de ataque, cercou a área
adversária e ameaçou em cruzamento de Gabriel Menino para Rony. O Santos respondeu.
Em cobrança de falta, Soteldo rolou, Marinho cruzou e Lucas Veríssimo, na
segunda trave, desviou para fora – na melhor chance do duelo até então. A
reação alviverde saiu em cobrança de falta de Raphael Veiga, que quase
surpreendeu o goleiro John. O jogo seguiu equilibrado, e os treinadores
começaram a mover suas peças. No Santos, saiu Sandry e entrou Lucas Braga; no
Palmeiras, saiu Zé Rafael e entrou Patrick de Paula. Quem mais se aproximou do
gol foi o Peixe. Diego Pituca mandou uma pancada, Weverton espalmou e Felipe
Jonatan, no rebote, emendou forte chute para fora. Conforme passava o tempo,
mais os times demonstravam cansaço, e menos iminente parecia o gol. Kaio Jorge,
aos 44, tentou uma bicicleta – defendida sem sustos por Weverton. O jogo parecia
encerrado, à espera da prorrogação, e aí o inesperado aconteceu. Cuca e Marcos
Rocha se estranharam na beira do campo para pegar uma bola que saiu lateral, e
o treinador foi expulso. Ele pulou a mureta e se juntou ao público na
arquibancada. De lá, viu o Palmeiras ser campeão. Aos 53 do segundo tempo, Rony
cruzou, e Breno Lopes, o herói improvável, fez o inesquecível gol que tornou o
Palmeiras campeão.
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