Santa Catarina
enfrenta desafios no combate à dengue neste ano. O estado contabiliza 9.200
casos confirmados da doença em 2020, número é mais do que o dobro do que foi
registrado em todo o ano de 2016, também marcado por epidemia e com o registro
de 4.379 casos. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde reforça as medidas de
prevenção para evitar a disseminação da doença.
A pasta monitora
diariamente a situação da dengue no estado, além de acompanhar e auxiliar
tecnicamente os municípios nas ações a serem realizadas. “A Diretoria de
Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), em conjunto com as
equipes regionais, tem apoiado os municípios tanto de forma presencial como
remota, avaliando o cenário de cada município e pensando em ações estratégicas
para cada realidade”, explica João Fuck, gerente de zoonoses da SES.
O gerente destaca algumas
ações, como a videoconferência realizada com o COSEMS aos municípios em
epidemia no dia 8 de junho e as aplicações de inseticida nos locais com
transmissão da doença.
De acordo com o
último boletim divulgado pela DIVE/SC, foram notificados 16.972 casos de dengue
no estado. “É um número alto, que mostra que uma grande quantidade de pessoas
procurou atendimento de saúde com suspeita da doença. Desses casos, alguns
foram descartados, outros foram inconclusivos, 9.200 confirmados e 2.553
continuam em investigação pelos municípios”, destaca João Fuck.
A maioria dos casos
confirmados é autóctone (8.783). O município de Joinville concentra 80,1% do
total desses casos do estado (7.034). “Ao todo, são 10 municípios em situação
de epidemia em SC. Outro problema deste ano é a circulação simultânea de três
sorotipos da doença: DENV1, DENV2 e DENV4, o que significa que quem já pegou
dengue uma vez, pode pegar de novo, por outro sorotipo”, alerta o gerente de
Zoonones.
Além disso, 64
casos confirmados (62 em Joinville, um em Florianópolis e um em Itajaí)
apresentaram sinais alarmantes (dor abdominal intensa e contínua, vômitos
persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura).
Entretanto, todos evoluíram para cura.
Dengue em SC
Santa Catarina teve
epidemia de dengue em 2015, 2016, 2019 e 2020. Abaixo, os casos confirmados em
cada ano:
Ano epidêmico |
Casos confirmados |
2015 |
3.619 |
2016 |
4.379 |
2019 |
1.911 |
2020
(até 13/06/2020) |
9.200 |
Municípios em situação de epidemia
A caracterização de
epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de
habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão
epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100
mil habitantes.
Município |
Taxa de incidência |
Formosa
do Sul |
1.553,8
casos por 100 mil/hab. |
Joinville |
1.191,3
casos por 100 mil/hab. |
São
Carlos |
992,8
casos por 100 mil/hab. |
Coronel
Freitas |
841,6
casos por 100 mil/hab. |
Bombinhas |
617,1
casos por 100 mil/hab. |
Tijucas |
526
casos por 100 mil/hab. |
Maravilha |
433
casos por 100 mil/hab. |
Caibi |
390,4
casos por 100 mil/hab. |
Águas
de Chapecó |
370
casos por 100 mil/hab. |
São
Miguel do Oeste |
336,7
casos por 100 mil/hab. |
Dengue
A dengue é uma
doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais
problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do
mosquito Aedes aegypti infectado.
Normalmente, a
primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto,
que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores
no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão
presentes em metade dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas.
Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.
Todos os quatro
sorotipos do vírus da dengue circulantes no mundo (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e
DENV-4) causam os mesmos sintomas, não sendo possível distingui-los somente
pelo quadro clínico.
Pessoas que
estiveram, nos últimos 14 dias, em uma cidade com a presença do Aedes
aegypti ou com a transmissão da dengue e apresentarem os sintomas
citados devem procurar uma unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento
adequados.
Orientações para evitar a
proliferação do Aedes aegypti:
-Evite usar pratos
nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
-Guarde garrafas com
o gargalo virado para baixo;
-Mantenha lixeiras
tampadas;
-Deixe os depósitos
d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
-Plantas como
bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
-Trate a água da
piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
-Mantenha ralos
fechados e desentupidos;
-Lave com escova os
potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
-Retire a água
acumulada em lajes;
-Dê descarga, no
mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
-Mantenha fechada a
tampa do vaso sanitário;
-Evite acumular
entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
-Denuncie a
existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a
Secretaria Municipal de Saúde;
-Caso apresente
sintomas, procure uma unidade de saúde para o atendimento.
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