A comissão especial da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou por unanimidade, na manhã desta terça-feira (13), a continuidade do processo do segundo pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés (PSL). O documento apresentado pelo deputado Valdir Cobalchini (MDB), responsável pelo relatório, pediu o arquivamento da denúncia contra a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) neste processo.
O pedido de afastamento é relativo à compra de 200 respiradores com preço de R$ 33 milhões pagos antecipadamente e sem garantia de entrega e pela tentativa de contratação de um hospital de campanha em Itajaí. O governador nega responsabilidade na compra dos equipamentos.
Outro processo de
impeachment está em andamento e em fase de julgamento. Uma votação em 22 de
outubro pode decidir se o governador e a vice serão ou não afastados dos cargos
por 180 dias. Esse primeiro pedido aponta crime de responsabilidade no aumento
salarial dado aos procuradores do estado.
A comissão especial
é formada por nove deputados. Veja abaixo como cada um deles votou:
A deputada Paulinha (PDT), líder do governo na Alesc, deixou a sessão antes da votação. Os deputados rejeitaram um pedido dela e da defesa do governador para que a sessão fosse adiada para análise de novos documentos acerca do processo.
O documento analisado durante a sessão desta terça tem mais de 80 páginas. No relatório, Cobalchini se baseou nos autos da acusação e nas defesas apresentadas pelo governador e vice.
A denúncia foi apresentada à Alesc no dia 10 de agosto por 16 pessoas, entre elas advogados e empresários, e aceita pelos deputados em 3 de setembro.
No documento apresentado à comissão especial em 29 de setembro, a defesa afirmou que não havia justa causa para a denúncia ser aceita e que não houve conduta ilegal ou omissa por parte do governador.
O que diz o pedido
O pedido diz ainda
que Moisés prestou informações falsas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
dos respiradores e não adotou procedimentos administrativos contra os
ex-secretários Helton Zeferino, da Saúde, e Douglas Borba, da Casa Civil,
investigados no caso dos respiradores.
Essa compra também
é alvo de uma investigação que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do
governador e de dois ex-integrantes do governo.
Caso os integrantes
rejeitem a denúncia, o processo é extinto. Porém, ela precisa ser votada em
plenário, como ocorreu com o primeiro pedido no dia 17 de setembro.
Primeiro pedido de
impeachment
Os deputados
estaduais votaram pelo prosseguimento do primeiro processo de impeachment
contra o governador e a vice. Neste caso, a solicitação de afastamento foi
oficializada em julho e aponta suspeita de crime de responsabilidade em aumento
salarial dado aos procuradores do estado em 2019. As defesas de Moisés e
Reinehr negam que tenha havido crime de responsabilidade fiscal. Esse pedido
deve ser avaliado pelo tribunal de julgamento em 22 de outubro.
Um terceiro pedido
de impeachment contra o governador foi entregue pela CPI dos Respiradores à
Alesc em 8 de setembro. De acordo com a assembleia, esse documento seguia em
análise até a publicação desta notícia.
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