
Alan Luis Rhoden – Médico pediatra
Os acidentes não intencionais na infância, ou chamados
acidentes externos, são responsáveis por mais de 20.000 mortes por ano no
Brasil, sendo a principal causa de morte entre crianças de 1 a 14 anos. Além
disso, se acredita que aja um número dez vezes maior de traumas não fatais, mas
com possibilidade de gerarem danos físicos ou psíquicos. Estes acidentes
poderiam, na maioria das vezes, serem evitados com medidas simples de prevenção
e proteção.
No Brasil, como dito anteriormente, descontando o primeiro
ano de vida, as injúrias e agravos não intencionais, como os acidentes de
trânsito, afogamentos, queimaduras, quedas, asfixias e intoxicações causam mais
mortes de crianças e adolescentes do que as principais doenças somadas.
Anualmente, uma em cada dez crianças brasileiras saudáveis necessita de
atendimento no sistema de saúde em virtude de traumas físicos, que levam à
ocupação de 10 a 30% dos leitos hospitalares e geram cerca de três casos de
deficiência permanente para cada mil habitantes.
Cerca de 2/3 dos acidentes ocorrem no próprio domicílio.
Isso se deve principalmente pelo maior período que as crianças pequenas
permanecem em casa. Os ambientes que possuem maior ocorrência são o quintal, o
quarto e a cozinha. O fato de conhecer o ambiente, pode ser um meio facilitador
para ações preventivas e educativas. Dessa forma, os responsáveis pelas
crianças devem saber dos riscos de cada local da casa, tomando medidas para
evitá-los e preveni-los.
A seguir, destacamos os principais acidentes que acometem as
crianças e algumas medidas de prevenção:
-Queimadura: deixar as panelas em bocas de trás do fogão com
cabos para dentro; posicionar comidas e líquidos quentes no centro da mesa; não
colocar toalhas na mesa; verificar temperatura de água do banho em crianças
menores; álcool e produtos inflamáveis, além de isqueiros e fósforos devem ser
guardados em local que criança não tenha acesso; jamais deixar a criança
acender churrasqueira ou fogueira; não fazer fogo com álcool líquido.
-Queda: não deixar as crianças sozinhas, mesmo que por curto
período de tempo, sobre trocador, cama, sofá e escadas; colocar grades de
proteção ou redes em janelas e escadas; deixar móveis, como cadeiras, longe de
janelas; andador não deve ser utilizado em nenhuma idade; uso de capacetes,
joelheiras e cotoveleiras ao andar de skate, bicicleta e patinete.
-Afogamento: não deixar baldes, bacias ou banheiras com
água; cercar piscina com grades e colocar cobertura na piscina; sempre que
criança entrar na água, seja em piscina, mar ou rio deverá haver adulto
supervisor; entrar na água somente com colete salva-vidas; matricular criança
em curso de natação.
-Asfixia: não deixar panos soltos e brinquedos em berço;
evitar cobrir crianças pequenas com cobertores; não utilizar colares; pipoca e
grão duros não devem ser oferecidos para crianças menores de 1 anos; não deixar
bebê mamar sozinho; utilizar brinquedos conforme faixa etária.
-Intoxicação: deixar produtos de limpeza e medicamentos em
locais inacessíveis e trancados com chave.
-Acidente automobilístico/atropelamento: uso de cinto de
segurança e cadeirinha apropriados para idade em automóvel; ensine seu filho a
atravessar nas faixas de segurança e de preferência em semáforos.
Sempre é bom reforçar, uma criança jamais deve ser
responsável por cuidar de outra criança. Lembre-se que a criança possui a
tendência a imitar as atitudes e comportamentos dos adultos. Os pais são os
maiores exemplos para os filhos. Portanto, sirva de modelo positivo e
demonstrar atitudes preventivas. Fazer a coisa certa, fará seu filho fazer o
que é correto.
Quando o acidente ocorrer devemos ter alguns cuidados com os
ferimentos. A aplicação de açúcar, café, sal ou pomadas no local atingido não é
indicada. Recomenda-se limpar a região com água ou soro fisiológico e sabão. Em
caso de queimadura, lavar prontamente a área afetada em água corrente fria. Se
houver sangramento, realizar compressão e, não ocorrendo melhora, procurar
atendimento especializado.
Tenha em local de fácil acesso números de emergência (colocar em agenda de celular): bombeiros (193) e SAMU (192). Ensine as crianças como proceder em caso de necessidade de ajuda.
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- por
- Jornal Regional
- FONTE
- Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Alan Luis Rhoden – Médico pediatra - CRM 27.330/SC - RQE 17651/SC | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333
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