CRIANÇA EM CASA: Principais medidas de segurança para evitar acidentes domésticos

Alan Luis Rhoden – Médico pediatra

Alan Luis Rhoden – Médico pediatra

17/02/2022 - 14h36

Os acidentes não intencionais na infância, ou chamados acidentes externos, são responsáveis por mais de 20.000 mortes por ano no Brasil, sendo a principal causa de morte entre crianças de 1 a 14 anos. Além disso, se acredita que aja um número dez vezes maior de traumas não fatais, mas com possibilidade de gerarem danos físicos ou psíquicos. Estes acidentes poderiam, na maioria das vezes, serem evitados com medidas simples de prevenção e proteção.

No Brasil, como dito anteriormente, descontando o primeiro ano de vida, as injúrias e agravos não intencionais, como os acidentes de trânsito, afogamentos, queimaduras, quedas, asfixias e intoxicações causam mais mortes de crianças e adolescentes do que as principais doenças somadas. Anualmente, uma em cada dez crianças brasileiras saudáveis necessita de atendimento no sistema de saúde em virtude de traumas físicos, que levam à ocupação de 10 a 30% dos leitos hospitalares e geram cerca de três casos de deficiência permanente para cada mil habitantes.

Cerca de 2/3 dos acidentes ocorrem no próprio domicílio. Isso se deve principalmente pelo maior período que as crianças pequenas permanecem em casa. Os ambientes que possuem maior ocorrência são o quintal, o quarto e a cozinha. O fato de conhecer o ambiente, pode ser um meio facilitador para ações preventivas e educativas. Dessa forma, os responsáveis pelas crianças devem saber dos riscos de cada local da casa, tomando medidas para evitá-los e preveni-los.

A seguir, destacamos os principais acidentes que acometem as crianças e algumas medidas de prevenção:

-Queimadura: deixar as panelas em bocas de trás do fogão com cabos para dentro; posicionar comidas e líquidos quentes no centro da mesa; não colocar toalhas na mesa; verificar temperatura de água do banho em crianças menores; álcool e produtos inflamáveis, além de isqueiros e fósforos devem ser guardados em local que criança não tenha acesso; jamais deixar a criança acender churrasqueira ou fogueira; não fazer fogo com álcool líquido.

-Queda: não deixar as crianças sozinhas, mesmo que por curto período de tempo, sobre trocador, cama, sofá e escadas; colocar grades de proteção ou redes em janelas e escadas; deixar móveis, como cadeiras, longe de janelas; andador não deve ser utilizado em nenhuma idade; uso de capacetes, joelheiras e cotoveleiras ao andar de skate, bicicleta e patinete.

-Afogamento: não deixar baldes, bacias ou banheiras com água; cercar piscina com grades e colocar cobertura na piscina; sempre que criança entrar na água, seja em piscina, mar ou rio deverá haver adulto supervisor; entrar na água somente com colete salva-vidas; matricular criança em curso de natação.

-Asfixia: não deixar panos soltos e brinquedos em berço; evitar cobrir crianças pequenas com cobertores; não utilizar colares; pipoca e grão duros não devem ser oferecidos para crianças menores de 1 anos; não deixar bebê mamar sozinho; utilizar brinquedos conforme faixa etária.

-Intoxicação: deixar produtos de limpeza e medicamentos em locais inacessíveis e trancados com chave.

-Acidente automobilístico/atropelamento: uso de cinto de segurança e cadeirinha apropriados para idade em automóvel; ensine seu filho a atravessar nas faixas de segurança e de preferência em semáforos.

Sempre é bom reforçar, uma criança jamais deve ser responsável por cuidar de outra criança. Lembre-se que a criança possui a tendência a imitar as atitudes e comportamentos dos adultos. Os pais são os maiores exemplos para os filhos. Portanto, sirva de modelo positivo e demonstrar atitudes preventivas. Fazer a coisa certa, fará seu filho fazer o que é correto.

Quando o acidente ocorrer devemos ter alguns cuidados com os ferimentos. A aplicação de açúcar, café, sal ou pomadas no local atingido não é indicada. Recomenda-se limpar a região com água ou soro fisiológico e sabão. Em caso de queimadura, lavar prontamente a área afetada em água corrente fria. Se houver sangramento, realizar compressão e, não ocorrendo melhora, procurar atendimento especializado.

Tenha em local de fácil acesso números de emergência (colocar em agenda de celular): bombeiros (193) e SAMU (192). Ensine as crianças como proceder em caso de necessidade de ajuda. 

>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP. 


  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Alan Luis Rhoden – Médico pediatra - CRM 27.330/SC - RQE 17651/SC | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333



DEIXE UM COMENTÁRIO

Facebook